Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 25 de junho de 2017

Entre o Largo da Palmeira e a Fonte Nova

* Victor Nogueira

A tarde esteve abafada, dum calor opressivo, as gotículas de suor cobrindo a pele, peganhentas como sarna, as ruas e as esplanadas dos restaurantes cheias de vagarosos transeuntes e atarefados mas  pachorrentos comensais, alguns daqueles com filas de espera, embora se não vissem núvens de fumo dos fogões a lenha ou carvão para assar peixe e a  pituitária não sentisse os odores dos assados. Nas cercanias do Largo da Palmeira passeia-se uma criança na sua pequena bicicleta enquanto na Vasco da Gama passam esparsa e lentamente alguns automóveis, atentos aos vagarosos e descuidados transeuntes. O almoço, sardinhas assadas, esse foi no Kefish, na Fonte Nova, pretextado pelo 37 º aniversário do Rui Pedro.

A Rua Vasco da Gama é relativamente larga para uma artéria medieval, mas as transversais, curtas, são estreitas, vedadas ao trânsito automóvel e em muitos casos ocupadas pelas esplanadas dos restaurantes que enxameiam o Troino.  Apesar da planura do bairro e das "escadarias" que o ligam à Rua da Batalha do Viso,, por entre o espaço aberto de algumas ruas avista-se a modesta torre sineira impositiva da Igreja de N. Sra da Anunciada, no local onde teria surgido uma imagem que deu origem a um culto religioso. Muitas "imagens" por esse Portugal fora deram "milagrosamente" origem a santuários, romarias ou círios sustentados pot acomodados, resignados e não revolucionários "ventres ao sol", tementes dos desígnios de Deus, ao contrário daqueles de que fala Fernão Lopes.





Largo António Joaquim Correia









































Igreja de N. Sra da Anuciada - No momento em que ia tirar a foto estacionou o automóvel

fotos em  2017.06.25


VER

Em torno da Igreja e da Confraria da Anunciada



Sem comentários: