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À reportagem do expressodasnove.pt, António Lopes conta que começou a fotografar ainda em criança. "Pegava na máquina de meu pai, sem ele saber, e ia fotografar", considerando por isso que a fotografia surgiu na sua vida de uma forma muito simples e natural, do mesmo modo "como acendo uma lâmpada no quarto carregando apenas no botão".
Apesar da sua juventude, Lopes acredita que terá um futuro risonho pela frente, sem deixar, contudo, de ter consciência das limitações que advém do facto de viver numa ilha.
Sobre os entraves próprios da insularidade, o fotógrafo refere que "apesar de encontrarmos na nossa paisagem cenários idílicos e únicos, a verdade é que o horizonte é um obstáculo difícil de transpor", algo que também se verifica a nível técnico. "Não é fácil ter o equipamento fotográfico nos Açores sempre a 100%. Temos de enviar o material para Lisboa e, por vezes, esperar meses, para o termos de volta com a manutenção que é exigida. Isso aconteceu-me há pouco tempo", adianta.
Para este jovem, a fotografia é encarada primeiro do que tudo como um passatempo, uma forma de estar, um modo de vida e de encarar o mundo, sendo essa a sua principal prioridade. "A carreira vai surgindo. Embora não faça muita pressão para isso, gostava de seguir um percurso profissional como repórter fotográfico", diz.
Com formação na área das Artes Visuais, António Lopes refere, todavia, que "a experiência ensina muito" pelo que, de momento, faz foto/notícia e foto/reportagem como freelancer para o "Correio dos Açores".
"Procuro a estabilidade a este nível. Agora, a fotografia que gosto mesmo de fazer é a do instante: aquela em que, passado o momento, nunca mais será captada. E também gosto de fazer imagens da nossa paisagem, indo para locais onde outros ainda não foram", conta.
Certo de que a sua formação se encontra longe de estar concluída, António Lopes pretende ingressar ainda em diversos cursos nesta área para aperfeiçoar técnicas e aprender mais acerca desta arte. Sem nenhuma mostra realizada até ao momento, o fotógrafo não esconde o desejo de o fazer, adiantando mesmo que "de momento estou a preparar uma exposição". No entanto, "ela só surgirá quando entender que chegou o momento". Porém, quem ainda não conhece o seu trabalho, e o quiser fazer, poderá ver algumas das suas fotos e trabalhos digitais em http://skolad.deviantart.com/ .
Açores são uma fonte de inspiração
O jovem procura capturar as cores e as formas das ilhas num breve instante que pretende que seja eterno. Nas fotografias de António Lopes as paisagens de pastos, do pôr do sol, das praias e até de algum urbanismo de Ponta Delgada são transformadas em momentos fantásticos com realces de cores e luzes que nos transportam para aquele mundo quase de fantasia que são os Açores pela lente deste fotógrafo.
RITA RIBEIRO
ritinha.azores@hotmail.com
9 de Abril de 2010
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