Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fotografia é um saber empírico .



Quotidiano
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Para este jovem, a fotografia é encarada primeiro do que tudo como um passatempo, uma forma de estar, um modo de vida e de encarar o mundo. 
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Fotografia é um saber empírico
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António Lopes é um jovem açoriano que nutre uma enorme paixão pela fotografia. Um gosto que surgiu de forma natural na infância e que, entretanto, foi sendo aperfeiçoado.
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Com apenas 21 anos, António Lopes, é uma jovem promessa açoriana na área fotográfica. Apaixonado, desde tenra idade, por essa arte, este micaelense considera que a fotografia é um saber empírico, para o qual não necessitou de professores ou de livros.
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À reportagem do expressodasnove.pt, António Lopes conta que começou a fotografar ainda em criança. "Pegava na máquina de meu pai, sem ele saber, e ia fotografar", considerando por isso que a fotografia surgiu na sua vida de uma forma muito simples e natural, do mesmo modo "como acendo uma lâmpada no quarto carregando apenas no botão".
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Apesar da sua juventude, Lopes acredita que terá um futuro risonho pela frente, sem deixar, contudo, de ter consciência das limitações que advém do facto de viver numa ilha.
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Sobre os entraves próprios da insularidade, o fotógrafo refere que "apesar de encontrarmos na nossa paisagem cenários idílicos e únicos, a verdade é que o horizonte é um obstáculo difícil de transpor", algo que também se verifica a nível técnico. "Não é fácil ter o equipamento fotográfico nos Açores sempre a 100%. Temos de enviar o material para Lisboa e, por vezes, esperar meses, para o termos de volta com a manutenção que é exigida. Isso aconteceu-me há pouco tempo", adianta.
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Para este jovem, a fotografia é encarada primeiro do que tudo como um passatempo, uma forma de estar, um modo de vida e de encarar o mundo, sendo essa a sua principal prioridade. "A carreira vai surgindo. Embora não faça muita pressão para isso, gostava de seguir um percurso profissional como repórter fotográfico", diz.
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Com formação na área das Artes Visuais, António Lopes refere, todavia, que "a experiência ensina muito" pelo que, de momento, faz foto/notícia e foto/reportagem como freelancer para o "Correio dos Açores".
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"Procuro a estabilidade a este nível. Agora, a fotografia que gosto mesmo de fazer é a do instante: aquela em que, passado o momento, nunca mais será captada. E também gosto de fazer imagens da nossa paisagem, indo para locais onde outros ainda não foram", conta.
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Certo de que a sua formação se encontra longe de estar concluída, António Lopes pretende ingressar ainda em diversos cursos nesta área para aperfeiçoar técnicas e aprender mais acerca desta arte. Sem nenhuma mostra realizada até ao momento, o fotógrafo não esconde o desejo de o fazer, adiantando mesmo que "de momento estou a preparar uma exposição". No entanto, "ela só surgirá quando entender que chegou o momento". Porém, quem ainda não conhece o seu trabalho, e o quiser fazer, poderá ver algumas das suas fotos e trabalhos digitais em http://skolad.deviantart.com/  .

Açores são uma fonte de inspiração

As paisagens açorianas são a principal fonte de inspiração de António Lopes.
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O jovem procura capturar as cores e as formas das ilhas num breve instante que pretende que seja eterno. Nas fotografias de António Lopes as paisagens de pastos, do pôr do sol, das praias e até de algum urbanismo de Ponta Delgada são transformadas em momentos fantásticos com realces de cores e luzes que nos transportam para aquele mundo quase de fantasia que são os Açores pela lente deste fotógrafo.

RITA RIBEIRO
ritinha.azores@hotmail.com

9 de Abril de 2010
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