Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Balada para uma Velhinha (José Carlos Ary dos Santos)


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Música: Martinho de Assunção. Letra: Ary dos Santos - Interprete: Miro
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Balada Para Uma Velhinha

Tony de Matos

Composição: Ary dos Santos e Martinho da Assunção
Num banco de jardim uma velhinha
Está tão só com a sombrinha
Que é o seu pano de fundo.
Num banco de jardim uma velhinha
Está sozinha, não há coisa
Mais triste neste mundo.
E apenas faz ternura, não faz pena,
Não faz dó,
Pois tem no rosto um resto de frescura.
Já coseu alpergatas e
Bandeiras verdadeiras.
Amargou a pobreza até ao fundo.
Dos ossos fez as mesas e as cadeiras,
As maneiras
Que a fazem estar sentada sobre o mundo.
Neste jardim ela
À trepadeira das canseiras
Das rugas onde o tempo
É mais profundo.
Num banco de jardim uma velhinha
Nunca mais estará sozinha,
O futuro está com ela,
E abrindo ao sol o negro da
Sombrinha poídinha,
O sol vem namorá-la da janela.
Se essa velhinha fosse
A mãe que eu quero,
A mãe que eu tinha,
Não havia no mundo outra mais bela.
Num banco de jardim uma velhinha
Faz desenhos nas pedrinhas
Que, afinal, são como eu.
Sabe que as dores que tem também são minhas,
São moinhas do filho a desbravar que deus lhe deu.
E, em volta do seu banco, os
Malmequeres e as andorinhas
Provam que a minha mãe nunca morreu.
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http://letras.terra.com.br/tony-de-matos/486499/
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