Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 25 de março de 2022

Fotos de capa em março 25

 * Victor Nogueira

2022 03 25 - Foto victor nogueira - Mértola, nas margens do Rio Guadiana, estrada fluvial, vista das muralhas do castelo. Em 1º plano a antiga mesquita, transformada em templo cristão. (Rolo 386 - 1999 02 20)


2021 03 25 100 Mil Anos de Luras Mil -   Charlie Chaplin (Charlot) - "Tempos Modernos", "Charlot nas Trincheiras", "O Grande Ditador" e "O Garoto de Charlot"


2020 03 25 Santa Maria da Feira ou Vila da Feira - Castelo lá no cimo da encosta arborizada, frondosa, onde as pessoas deambulam calmamente. No sopé, no Rossio onde outrora se realizava a feira medieval,  uma igreja e convento do Elói lá em cima, com acesso por ampla escadaria, com fontanário e cruzeiro cá em baixo. Neste Rossio arborizado se realiza uma importante romaria, a Festa das Fogaças. Aqui se situa um espigueiro junto ao Orfeão da Feira  e um quiosque de ferro verde.

O "centro histórico" é pequeno,  com uma rua pedonal  e um largo com fonte a meio e edifício brasonado, onde também se situa o da Câmara: claro que falamos da Rua Direita e da Praça Velha. (Notas de Viagens 1998.06.14)




2019 03 25 foto victor nogueira - 2016.09.26 - O Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, visto da azenha quinhentista, em Azurara. O Convento, fundado em 1318, foi edificado no local onde existiram sucessivamente um castro e um castelo medieval, era destinado a filhas de grandes senhores, e a sua imponência resulta do despique e vontade de afirmação do seu fundador, D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis, face à sua madrasta, a chamada Rainha Santa Isabel. A sua imponência esmagadora e senhorial sobre a Vila a seus pés, não impediu a autonomia da burguesia vilacondense resultante dos Descobrimentos, que conseguiu autonomizar-se com o apoio real. D. Afonso Sanches era o filho predilecto do rei, que pretendia legar-lhe o trono em sucessão, em prejuízo do filho legítimo, que viria a ser Afonso IV, que derrotou todas as pretensões do seu meio-irmão, até à assinatura de um tratado de paz entre os dois irmãos, em 1326. O enorme poder das freiras, que se tornou um entrave ao progresso económico d região, só foi definitivamente quebrado com a extinção das ordens religiosas, no século XIX e na sequência das revoluções liberais.



2017 03 25 a minha tia Lili em Angola, na Fazenda Tentativa (Caxito) onde o meu avô paterno era químico-analista, em 44/46 do passado milénio


2017 03 25 foto de família - a meio o meu pai e à direita o meu avô Luís, numa feira - foto e tela de fotógrafo ambulante


2016 03 25 setúbal 2016 - rua Fran Paxeco (antiga rua Direita do Troino)

No local onde se encontra este desenho funcionou um amolador,. Costumavam percorrer as ruas com uma "música" identificativa e consertavam guarda-chuvas, amolavam facas e tesouras e soldavam os furos em tachos e panelas.

Hoje em Portugal já vigora o "desperdício". necessário à rápida circulação de mercadorias necessária ao acumular de lucros. São a "moda" e o não consertar o que se estraga ou rompe. 

A "pequena burguesia" do  tempo dos meus avós, poupadinha e vivendo das aparências exteriores, agora é "assepticamente" designada por "classe média", vivendo das aparências,  do consumismo, do desperdício e da "moda". Mas continuam  idênticas, no renegar as origens "populares" e a "aspirarem" a "ser"com a ilusão do "ter".  Girando em torno do próprio umbigo, são ontem como hoje a "almofada", descartável em tempos de crise. são o fermento contra os que "comem o pão que o diabo amassou", a tropa de choque em potência contra os famélicos da  terra e os deserdados da "sorte".

Na terra de ninguém  e do nada, colocam-se entre as trincheiras, em nome da "sobrevivência",  na realidade escudadas com o "nada" e o pó das (des)ilusões. 

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