Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 20 de julho de 2021

Fotos de capa em julho 20

 * Victor Nogueira


2021 07 20 Foto victor nogueira - Avenida 5 de Outubro, em Setúbal - Mural contíguo à Adega dos Passarinhos (2010 12 30 GEDC0096)

Este é um pano da muralha medieval eaqui se situava o Postigo do Sapal, chamado o Buraco d'Água, troço entretanto demolido para permitir a ligação da Praça do Bocage à Avenida 5 de Outubro, através da Rua Tenente Valadim.

VER    Tabernas e adegas


2021 07 20 Foto vctor nogueira - Grafito na Rua Eça de Queirós, em Setúbal - (2021 05 21 Canon 192_05 IMG_3807) - Personagem dos Schtroumpfs (Estrumpfes), criação de Peyo

VER   Murais e grafitos em Setúbal 110 - Banda desenhada


2020 07 20  Foto victor nogueira - Esplanada do Coreto e Coreto, na Avenida Luísa Todi, em Setúbal


2020 07 20 Tintim e a Lua, criação de Hergé

"Objectivo Lua" (1953) e "Tintin na Lua" (1954) são dois saborosos álbuns de Hergé, na sequência dos romances "De la Terre à la Lune", (1865) e "Autour de la Lune" (1869) de Jules Verne, e do filme "Le Voyage dans la lune", de Georges Méliès (1902), todas elas obras de ficção científica, pois a ida do homem à Lua ocorreu apenas em 1969.

Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin alunaram em 20 de julho de 1969. Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar a superfície lunar e, seis horas depois, foi já no dia 21, seguido por Aldrin vinte minutos depois.

O registo que transcrevo de seguida aconteceu mesmo, .não é ficção mas realidade: «UM HOMEM NA LUA

Ontem um bêbado abordou-me quando via os livros na montra da Livraria dos Salesianos [Évora]. Queria saber qual era a melhor história que ali estava. Ou a maior ? A de todo o mundo! De todos os tempos. Que todos aqueles livros eram mentiras. Para as pessoas comprarem pensando serem verdades. Era a máquina! Se eu acreditava que o homem tinha ido à Lua, se eu vira com os meus olhos. Que os jornais e os livros só diziam mentiras. Que nenhum homem pudera ter ido à Lua porque ele não vira. E que eu tinha sido enganado pelos jornais. Era mentira, talvez tivessem ido, mas tinham morrido todos. Que isso dos submarinos andarem debaixo de água era diferente: era a Terra. Quanto pagaria eu para ele me contar uma história daquelas, vinda do fundo do coração? ( E vai daí, faz um gesto como que proveniente das profundezas do mesmo mas, ou pela bebedeira, ou lá porque fosse, o gesto iniciou-se baixo demais e não pude deixar de comentar com a minha habitual ironia: "O seu coração está baixo demais!". ) Quis saber o que eu fazia - se era escritor e já escrevera o meu livro - e não acreditava que eu vivesse do ar e do vento. Enfim, que se tivesse 25 anos como eu estava mas é em Lisboa, que isso sim! E lá se ia agitando desequilibradamente o velho (de 57 anos), num asilo, convidando-me (ou convidando-se) para um copo ali na taberna, beata ao canto da boca com um grande morrão e deitando perdigotos como nuvem rota em dia de inverno. Mas nem queiras saber a insistência com que ele duvidava da ida dos homens à Lua. (MCG - 1972.10.23)

Georges Méliès havia imaginado assim a Ida à Lua


Viagem à Lua / A trip to Moon (1902) - Georges Melies


2019 07 20 foto victor nogueira - chez moi - Nesta imagem da era digital, as secções de teatro, poesia e cartoon. Invisíveis, por detrás da negra porta e nas gavetas, os negativos de milhares de fotos em rolos fotográficos não digitais, alguns deles históricos. 

O suporte físico, milenar, é mais duradouro e paradoxalmente mais acessível que o digital, este em suportes que os interesses e a voracidade do capitalismo tornam inacessíveis. 

Centenas de disquetes e algumas dezenas de zip drives são hoje um cofre hermético, inacessível ao comum dos mortais, devido à acelerada obsolescência ditada pelas necessidades do Kapital


2016 07 20 foto victor nogueira - Alentejo, perto de Mértola, em 1999.02.20  



2015 07 20 foto victor nogueira - Setúbal - nascer do sol visto do alto da torre no cimo duma encosta


2014 07 20 foto victor nogueira -como se fora uma aguarela o que se avista do cimo da torre no alto duma encosta, em Setúbal, olhando pelas janelas ou nas varandas.


2012 07 20 2012 07 20 Foto Victor Nogueira - Setúbal - estaleiros navais


2020 07 12 Foto victor nogueira - azulejos de fachada

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