Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Expo ‘Fotografia angola’ entra na rota da Trienal


Mais de uma dezena de fotógrafos angolanos irão apresentar obras da sua autoria numa exposição que abre na próxima segunda-feira, em quatro espaços diferentes do centro da capital, Luanda. O evento, a ser acolhido nos espaços Salão Internacional de Exposições (Museu Nacional de História Natural), Platinium, Globo e UNAP, enquadra-se nas actividades à volta da segunda edição da Trienal de Luanda 2010. 
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Inspiradas na cidade de Luanda, a exposição, denominada “Fotografia Angola”, tem previsto um total de 80 obras de arte, sendo 80 por cento de obras da referida exposição, e 20 por cento das exposições realizadas anteriormente nos mesmos espaços, nomeadamente “Fotografia África” e “Arquitectura Angola/Mundo”. 
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Autores como Chilala Moco, Kiluanji, Kamene Traça, Nguxi Dos Santos, Ndilo Mutima, Miguel Hurst, Nástio Mosquito, Bamba, Binelde Hyrcan, Cláudia Veiga, Cláudio Rafael, Délio Jasse, Edson Chagas, Gita Cerveira, Paulo Azevedo, Sérgio Afonso e Tony Figueira participam deste que é o terceiro evento de artes visuais correspondente à Trienal. O mesmo irá contar também com a participação da colecção de fotografias do BESA (Banco Espírito Santo Angola) Entretanto, alguns destes autores fizeram já parte da exposição que marcou a inauguração deste evento a decorrer em Luanda de 12 de Setembro a 19 de Dezembro deste ano. Chilala Moco, nome artístico de Carlos Moco que também é editor de fotografia do jornal O PAÍS, é um dos mais referenciados na Trienal. Vencedor do Prémio Nacional de Jornalismo edição 2009, o artista trabalha já há algum tempo com a Fundação Sindika Dokolo, realizadora da Trienal. 
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A par doutros que também estarão representados na exposição “Fotografia Angola”, como Kiluanji, Nástio Mosquito, N’Dilo Mutima, Nguxi dos Santos e outros, Chilala fez parte de Iracelma Francisco é a primeira finalista do programa “Canta com Blue nas Escolas” que começou a ser transmitido na TV Zimbo, esta semana. O desempenho musical da adolescente deixou o júri particularmente impressionado. Júlio Silvestre, da produção da TV Zimbo, Ana Gaspar Agostinho, docente da Escola de Música, Maria Cesaltina Celestino, professora de extra-escolares e a cantora Ary foram unânimes na apreciação que fizeram dos talentos da Iracelma, atribuindolhe 31 pontos. A cantora Ary chegou mesmo a oferecer uma pequena lemum grupo de quinze artistas angolanos que participaram na exposição “Luanda, Smooth And Rave”, presente na primeira Bienal de Bordéus (França), em Outubro do ano passado, a convite da referida Fundação. 
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Em “Luanda, Smooth And Rave”, também apreciada na capital do país em Janeiro deste ano por ocasião do aniversário da cidade, Chilala Moco expôs duas obras que pertencem à colecção “Desengarrafamento”, retratando o trânsito infernal de Luanda. 
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Aliás, estas obras poderão também ser apreciadas na exposição que será inaugurada na próxima segunda-feira, bem como outras quatro, inéditas, do mesmo autor. 
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Kiluanji Kia Henda é outro destaque neste evento. Um dos principais artistas agenciados pela Fundação Sindika Dokolo, o artista tem estado presente em vários eventos internacionais a coberto desta instituição, como as bienais de São Paulo (Brasil) e de Cantão (Guangzhou, na China), granjeando bastante prestígio junto do público amante das artes contemporâneas. 
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Ainda em finais de Agosto último, foi inaugurada uma exposição da sua autoria na galeria Soso – arte contemporânea africana, no quadro da 29ª Bienal de São Paulo. Kiluanji é um dos três artistas representantes de Angola naquele evento que já albergara, em Junho, trabalhos de Yonamine e, em Setembro, acolheu uma mostra de Nástio Mosquito. 
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O veterano Nguxi dos Santos estará uma vez mais presente numa exposição fotográfica promovida pela Sindika Dokolo. Autor da exposição “Povos e Lugares”, apresentada de 4 a 8 de Maio deste ano, em Maputo, Moçambique, notabilizou-se inicialmente como realizador da TPA, tendo criado, mais tarde, a produtora de audiovisuais Dread Lock. 
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Como fotógrafo, a primeira aparição de Nguxi dos Santos deu-se em 2002, com a exposição “Marcas da Guerra” que esteve patente no Museu de História Natural, em Luanda. Em 2009 também esteve presente na Bienal de Bordéus, França, com a exposição/ videoarte “As marcas”, bem como em Salvador da Bahia com o mesmo trabalho. 
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