Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 3 de junho de 2021

fotos de capa em junho 03

 * Victor Nogueira

2021 06 03 foto victor nogueira  . pormenor dum mural no Centro náutico de Setúbal, no Parque Urbano de Albarquel, cuja temática são desportos náuticos, executado pelo Colectivo Explicit Citizens, em substituição dm outro de Smile (Ivo Santos)   (2020 12 25 Canon ‎187_12)

VER  Murais e grafitos em Setúbal 86 - Parque de Albarquel e Quinta da Saboaria


2021 06 03 foto victor nogueira - grafito numa transversal à Avenida José Mourinho, executado em 2012 por Secso e Boss1 (foto em 2018 01 28 Canon 151_01)

2019 06 03  2019 06 03 contraluz na serra da estrela, numa viagem com os alunos da Escola Industrial e Comercial de Évora, em  1975 02 26   

1. - A neve parece esferovite e de vez em quando um tipo enterra-se até aos joelhos. Antes do cume a serra é negra, salpicada de branco; no cimo é um manto branco, que o nevoeiro confundia, tornando fantasmagóricos os vultos. Estava frio, mas suportava-se. 

Encontro-me num café da Covilhã, ( ) que parece um do Porto, enquanto as ruas lá para trás lembravam Sintra. Almoçámos no Fundão, na Escola Secundária, um prédio de habitação adaptado - onde as pessoas tinham um ar seráfico e beatífico, falando com um sotaque de seminaristas, padres ou de freiras de Santa. Zita; - será que a maioria deles são destas bandas? - As miúdas desta região têm um ar rude ou agreste - serrano? - 

Demos liberdade aos miúdos e até agora não tem havido problemas. Estou é maçado, pois a camioneta não é cómoda e por causa da reunião na Escola só me deitei às 3 da matina para levantar-me às 5 1/2. (MCG - 1975.02.26) 

2. - (...) Perguntas-me se gostei da Serra?  Digo-te: vira o postal, e diz-me se essas pedras negras e essa erva amarelecida têm alguma beleza ou alegram o espírito! Imagina esta paisagem embranquecida pela neve, por entre rochas negras! E vai daí compreenderás que tenha arrefecido um pouco o meu entusiasmo... pela Noruega. (MCG - 1975.03.05) 

3. - Terá sido em 1963 que vi nevar pela 1ª vez, como registo no meu diário de então: “Vi nevar pela 1ª vez, quando ia para casa do avô Luís, e à tarde, quando fomos ao café Astória”. (1963.01.13 - Diário III). 

Caíram uns flocozitos de neve que se liquefaziam antes de pousarem no solo. Em Luanda no Natal, coincidente com o pico do calor, na árvore e no presépio a neve era representada com flocos de algodão hidrófilo e, posteriormente, com um spray que solidificava ao contacto com o ar.

Esta minha ida à Serra da Estrela foi uma desilusão, pois o que encontrei nada tinha a ver com as fotos e filmes em que surge “bonitinha”. Na realidade parecia esferovite, com fealdade misturada na berma dos caminhos com a terra acastanhada. No verso duma das fotos anotei na altura “Serra da Estrela, Março 1975 – Numa excursão com alunos da Escola. Fiquei desiludido com a neve. Não há nada como as paisagens verdejantes do Minho. A neve é desoladora.”


2019 06 03


2016 06 03 auto-retrato em 2016 06 03, depois de na véspera me terem desbastado a trunfa


2012 06 03 Foto Victor Nogueira - Alcobaça - fachada lateral do Mosteiro


2012 06 03 Foto Victor Nogueira - Braga

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