Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Off the Wall / Fora da Parede






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Off the Wall / Fora da Parede
E quando as artes visuais se cruzam com as artes performativas? O Museu de Serralves, no Porto, apresenta uma exposição, organizada pelo Whitney Museum de Nova Iorque, que reflecte este encontro. Até 2 de Outubro..
.O século XX foi marcado pelo cruzamento das artes plásticas com outras artes como a fotografia, o som, o cinema e as artes do movimento. "Off the Wall", comissariada por Chrissie Iles (célebre co-curadora de várias bienais Whitney), foca-se na relação com estas últimas, as "artes do tempo", ou seja, todas as artes performativas e também as que envolvem a imagem em movimento. O que une as obras apresentadas é o uso do corpo ao vivo, em frente a uma câmara, numa fotografia ou num desenho.


Pelas salas do museu, mostram-se mais de cem obras em que podemos ver registos desde os célebres Ballets Russes do princípio do século XX até coreógrafos como Merce Cunningham, Trisha Brown, Yvonne Rainer, Steve Paxton ou Deborah Hay - todos em cruzamento com acções/performances e peças de artistas plásticos essenciais como Carl Andre, John Baldessari, Jenny Holzer, Joan Jonas, Cindy Sherman, Andy Warhol ou Bruce Nauman.


S.Po.(PÚBLICO)



226156500
Porto, Museu de Serralves - Rua Dom João de Castro, 210
De 20-05-2011 a 02-10-2011
Terça a sexta das 10h00 às 17h00
Sábado, domingo e feriados das 10h00 às 20h00
€7; €3,5 (+65, Cartão Jovem); Entrada Livre (-18, Estudantes e aos Domingos até às 14h).
Desenho, Fotografia, Vídeo, Instalação, Outros. Inaugura 20/5 às 22h.
Carl Andre, John Baldessari, Jenny Holzer, Joan Jonas, Roy Lichtenstein, Robert Longo, Robert Mapplethorpe, Paul McCarthy, Bruce Nauman, Yoko Ono, Claes Oldenburg, , entre outros
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OFF THE WALL/FORA DA PAREDE

Exposição: Off The Wall/Fora da Parede

por DN.pt18 Maio 2011
Dennis Oppenheim b. 1938
Echo, 1973

Fotografia © DR
Dennis Oppenheim b. 1938 Echo, 1973


Cultura: A arte que "anda" fora da parede
O conceito de horizontalidade é uma das premissas da exposição "Off the Wall"
Foto: Daniel Cerejo
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21 MAI - 02 OUT 2011 - MUSEU
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Integrada no programa Improvisações/Colaborações, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta, entre 21 de Maio e 2 de Outubro de 2011, a exposição “Off the Wall / Fora da Parede”, organizada pelo Whitney Museum of American Art de Nova Iorque e comissariada por Chrissie Iles, co-curadora das edições de 2004 e 2006 da célebre Whitney Biennial of American Art.
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Na arte do século XX, inúmeros artistas cruzaram géneros e formas de expressão, reinventando os modos de produção artística. A obra de arte deixa de ser apenas uma pintura ou um desenho para pendurar numa parede ou uma escultura para apresentar em cima de um plinto. As artes visuais reúnem-se ao cinema, à fotografia, à experimentação sonora e às artes do movimento em novas linguagens que não cessam de se redefinir. Dos célebres Ballets Russes do princípio do século XX a coreógrafos contemporâneos como Merce Cunningham, Trisha Brown, Yvonne Rainer, Steve Paxton ou Deborah Hay, encontramos uma história riquíssima resultante de tais cruzamentos. As artes do espaço (as artes visuais propriamente ditas) cruzam-se deste modo com as artes do tempo (todas as artes performativas mais aquelas que envolvem a imagem em movimento).





A exposição “Off the Wall / Fora da Parede” reúne mais de uma centena de obras que representam acções performativas de artistas, em trabalhos realizados desde 1948 até ao presente. Organizada pelo Whitney Museum of American Art, esta exposição é uma nova versão da mostra nesse museu apresentada em 2010, que agora acolhe outras obras, algumas provenientes da Colecção da Fundação de Serralves. Serão apresentados trabalhos de reconhecidos artistas como Carl Andre, John Baldessari, Jenny Holzer, Joan Jonas, Roy Lichtenstein, Robert Longo, Robert Mapplethorpe, Paul McCarthy, Bruce Nauman, Yoko Ono, Claes Oldenburg, Dennis Oppenheim, Tony Oursler, Richard Serra, Cindy Sherman e Andy Warhol, entre tantos outros.
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“Off the Wall / Fora da Parede” centra-se em acções que usam o corpo ao vivo, em frente da câmara ou em relação a uma superfície fotográfica ou impressa, ou a um desenho. Cada acção desloca o local da obra de arte do objecto para o corpo, funcionando em relação a, ou directamente sobre, o espaço físico da galeria. A parede e o chão tornam-se o palco de todas essas acções: caminhar na parede, bater com portas, bater com as mãos na parede, apanhar serradura do chão do estúdio, pisar um quadro, dar longas passadas e rastejar em volta de um espaço cilíndrico, escrever ou desenhar na parede e no chão, ou fazer um striptease por detrás do plano transparente do Grand Verre de Duchamp.


A exposição inclui também uma série de obras que revelam a teatralidade subjacente ao acto performativo e aos modos como os artistas apresentam o eu em imagens que questionam convenções relativas a identidade, género e corpo. Como aponta a curadora Chrissie Iles, “Os gestos performativos reunidos nesta exposição demonstram aquilo que pode ser descrito como a fase decisiva do modernismo, nas suas diversas rupturas do espaço autónomo da pintura e do desenho e da sua localização original – o plano da parede da galeria. O seu pai edipiano foi Jackson Pollock, cujas drip paintings dos anos 1950, executadas caminhando em volta de uma tela colocada na horizontal, sobre o chão do estúdio, levaram Harold Rosenberg a observar na época que ‘a dado momento, a tela passa a ser, para um sucessão de artistas americanos, um palco onde se actua… o que vai para a tela não é uma pintura, mas sim um acontecimento’”.
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Vito Acconci / Helena Almeida / Carl Andre / John Baldessari / Lynda Benglis / Dara Birnbaum / Jonathan Borofsky / James Lee Byars / Fernando Calhau  / Alberto Carneiro / John Coplans / Maya Deren / Jimmy DeSana / Trisha Donnelly / Simone Forti / Dara Friedman / Jack Goldstein / Dan Graham / Scott Grieger / Walter Gutman / David Hammons / Lyle Ashton Harris / Jenny Holzer / Peter Hujar / Joan Jonas / Richard Kostelanetz / Elad Lassry / Roy Lichtenstein / Kalup Linzy / Robert Longo / Nate Lowman / Robert Mapplethorpe / Anthony McCall / Paul McCarthy / Ray K. Metzker / MICA-TV   / Robert Morris / Bruce Nauman / Claes Oldenburg / Yoko Ono / Dennis Oppenheim / Tony Oursler & Sonic Youth / Frank Owen  / Jack Pierson / Yvonne Rainer / Charles Ray / Martha Rosler  / David Salle / Lucas Samaras / Raymond Saroff / Carolee Schneemann / Richard Serra / Cindy Sherman / Laurie Simmons / Jack Smith / Keith Sonnier / Rudolf Stingel / Francesc Torres / Andy Warhol / Hannah Wilke / Jordan Wolfson / Francesca Woodman


Comissariado: Chrissie Iles
Exposição organizada pelo Whitney Museum of American Art, de Nova Iorque


A inauguração desta exposição decorrerá no dia 20 de Maio (Sex.), às 22h00, no Museu de Serralves. A entrada é livre.
Visitas guiadas
09 JUN (Qui), 18h30 por João Fernandes
15 SET (Qui), 18h30 por Ricardo Nicolau
10 SET (Sáb), 17h30 por Ricardo Nicolau (exclusiva para Amigos de Serralves)
Aos Sábados das 17h00 às 18h00 e aos Domingos das 12h00 às 13h00, orientadas pela equipa do Serviço Educativo, em português. 
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http://www.serralves.pt/actividades/detalhes.php?id=1951







19.05.2011 14:22

Porto: A arte saltou da parede em Serralves e criou Off the Wall/Fora da Parede

Porto, 19 mai (Lusa) - Um "poço de surpresas e desafios" é o que o museu de Serralves oferece aos visitantes que a partir de sábado queiram descobrir como a arte saltou da parede, em Off the Wall/Fora da Parede.
Porto, 19 mai (Lusa) - Um "poço de surpresas e desafios" é o que o museu de Serralves oferece aos visitantes que a partir de sábado queiram descobrir como a arte saltou da parede, em Off the Wall/Fora da Parede.
"Esta é uma exposição que mostra como a arte saiu da parede ao longo do século XX", definiu João Fernandes, para quem Off the Wall/Fora da Parede será, sem dúvida, "um poço de surpresas e desafios para os visitantes".
O diretor do museu de Serralves destacou o "conjunto de preciosidades" que o Whitney Museum of American Art de Nova Iorque apresenta entre sábado e 02 de outubro.
"Esta arte que sai das paredes vai interagir com a dança, com a performance, com o espetáculo e é assim que artistas visuais, coreógrafos, compositores vão começar a interagir", resumiu.
Se o ringue de boxe plantado à entrada não fosse suficientemente esclarecedor, as inscrições nas paredes, ainda a serem finalizadas, são-no.
Aviso: "I will not make any more boring art". Esclarecimento feito com a assinatura de John Baldessari, em formato de castigo dos tempos de antigamente, quando os professores obrigavam os alunos a escrever vezes sem conta palavras de redenção, Off the Wall/Fora da Parede engole o visitante.
"Esta exposição vai oferecer certo tipo de momentos inesperados, desde performances ao vivo dentro dela até momentos como um combate de boxe na noite de inauguração", avisou João Fernandes, indicando que várias serão as formas de surpreender que os artistas trazem a Serralves dentro da ampliação das formas e expressão artísticas.
As surpresas começam na primeira sala, com um ator de olhos vendados, continuam mais adiante com os ecos de "Echo", de Dennis Oppenheim, uma ressonância numa sala que sufoca, prosseguem com uma escuridão iluminada por uma vela em que o público é o interprete.
"Quando se moverem na exposição, perguntem-se se também estão a ser performers", alertou Chrissie Iles.
Para a comissária da exposição, a parede representa o conservadorismo e a tradição e as obras "fora da parede" supõem a vontade de uma geração que quis quebrar as normas instituídas, criando peças com traços de agressividade, de niilismo, inspiradas no pós-guerra e na guerra do Vietname.
E porque Off the Wall/Fora da Parede se realiza sob o signo do programa "Improvisações/ Colaborações", o imprevisível acabou mesmo por acontecer: "Esta exposição é sem dúvida um grande momento no contexto europeu este ano e é tanto mais significativa, porque vai interagir com a nossa coleção", anunciou o diretor do museu de Serralves.
"Haverá algumas obras de artistas portugueses nesta exposição, enriquecendo-a e criando um diálogo muito interessante", completou, indicando que por entre as obras norte-americanas poderão ser encontradas peças de artistas como Alberto Carneiro ou Helena Almeida.
Off the Wall/Fora da Parede reúne mais de uma centena de obras, em trabalhos realizados desde 1948 até ao presente, de autores como Dennis Oppenheim, Cindy Sherman, Andy Warhol, Robert Mapplethorpe, Robert Longo, Yoko Ono ou Claes Oldenburg.



AYG.
Lusa/Fim.
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