Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Revolução de Outubro - Fotografia e Arte

















Esperança

Foto Por
Mário Sousa
[ sub_comandante ]

Descrição / Crónica
Equipamento
Usado
Inserida em
22-10-2007
XV Bienal de Artes Plásticas
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«Voa mais alto » O ponto de partida das obras que são apresentadas na XV Bienal de Artes Plásticas é um excerto de um poema de Luís Veiga Leitão: «Que nos cubram de ameaças e de espanto /que nos cortem as asas mas o canto /voa mais alto do que as penas.»
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A produção da Bienal recebeu 190 obras de cerca de 100 concorrentes, tendo sido apuradas 42 que estão em exposição. A estas somam-se trabalhos de 40 artistas convidados, entre eles Acácio Malhador, Adão Cruz, Albino Moura, Bartolomeu Cid dos Santos, Cecília Guimarães, Eduardo Lima Teixeira, Eduardo Neves, Fátima Neves, João Limpinho, José Bizarro, José Santa-Bárbara, Juan Soutullo, Luísa Perienes e Rogério Ribeiro.
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A Bienal conta ainda com a participação da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, que preparou um mural. No total estão expostas 120 obras. Todas as obras estão à venda. Trabalhos de escultura, pintura, desenho e fotografia estão patentes nos três dias da Festa. Este ano o júri teve uma preocupação ainda mais rigorosa na selecção das obras, olhando para as obras como um todo, sem esquecer a individualidade de cada proposta.
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«Arte e revolução na Revolução de Outubro»
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Política criativa
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O artista plástico Eduardo Neves foi convidado para preparar cinco painéis alusivos ao tema. A revolução na arte Nenhum período da história russa contou com tanto fervor artístico e energia criativa como o da Revolução Socialista de Outubro de 1917.
Poetas,pintores, fotógrafos, arquitectos – de várias escolas estéticas e estilos artísticos – empenharam--se militantemente na criação de novos horizontes artísticos e na luta pela construção do socialismo no seu país. O departamento encarregue da educação pública e das questões da cultura, o Comissariado para a Instrução do Povo, estabeleceu um conjunto de prioridades para estas áreas. Foram criadas diversas agências para tratar questões como a liquidação da iliteracia, o desenvolvimento do ensino profissional, o publicismo, a literatura e a avaliação de repertórios artísticos e as ciências. Também no campo das artes visuais foi feito um significativo investimento: havia que estabelecer novos patamares de consciência social e defender a jovem Revolução, acossada por forças militares estrangeiras e nacionais. Tal tarefa exigia uma arte transformada e transformadora. A criação de objectos úteis para uso quotidiano foi uma das prioridades. A cerâmica e o vestuário são dois exemplos notáveis, nos quais se aplicaram conceituados artistas como Malevich ou Rodchenko. O desenho criativo, o agit-prop,a publicidade ou a fotografia foram outra das áreas mais desenvolvidas. Os versos-slogan de Maiakovsky ou as «Janelas Rosta » ficaram na história das mais inovadoras e revolucionárias obras artísticas.
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«Arte e revolução na Revolução de Outubro» é o tema de uma da exposição do Pavilhão Central. Trata-se de uma mostra documental com imagens e texto, que aborda a importância da Revolução de Outubro nas artes plásticas, na arquitectura, na fotografia, no cinema e nos têxteis, fazendo um enquadramento histórico e artístico.
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Pretende-se traçar um panorama das vanguardas artísticas no período imediatamente anterior à Revolução e da sua integração no movimento revolucionário no decurso da década seguinte, a obra do novo poder soviético no plano da educação e da cultura e a impressionante dinâmica artística e a criatividade do período pós-revolucionário. São abordadas as obras de autores, arquitectos e artistas como Leonidov, Melnikov, os irmãos Vesnine, Kroutikov, Malevitch, Tatlin, Larionov, Gontcharova, El Lissitsky e Rodchenko.

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