Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Templos religiosos (95) - Igreja de Santa Maria, em Azurara

 * Victor Nogueira






Cruzeiro 


Pelourinho



Antigas campas rasas, levantadas após a proibição de enterramentos no interior dos templos














Cruzeiro lateral


Monumento alusivo ao abade Serafim  Gonçalves das Neves (1868 - 1972), erguido em 1997, no 25º aniversário do seu falecimento. Serafim das Neves foi pároco nesta igreja, com obra publicada como investigador da história e das tradições de Azurara.



No interior da igreja muitas pedras no chão têm as siglas dos pedreiros que nela trabalharam.  O SIPA refere que «O pavimento da nave, em taburnos e lajeado, possui várias lápides sigladas e sepulcrais, amputadas, sendo visíveis algumas inscrições.»


Pelourinho


Antiga Casa da Câmara, sede actual da Junta de Freguesia, ostentando na esquina as armas do Rei Manuel I, que também figuram na Igreja circunvizinha

«Em torno da igreja, várias casas de habitação unifamiliares. No lado esquerdo, monumento escultórico composto por plinto cilíndrico em cantaria e busto em bronze. Junto ao muro do adro, no exterior, cruzeiro em cantaria de granito, composto por plataforma de quatro degraus, onde assenta coluna cilíndrica com uma coroa, e a cruz com o Crucificado esculpido. Adossada à fachada lateral esquerda, cruzeiro composto por plinto galbado e cruz latina.» (SIPA)  

«O antigo concelho de Azurara, actualmente integrado no concelho de Vila do Conde, recebeu foral do conde D. Henrique (confirmado por D. Afonso) ainda em 1102. A localidade permaneceu durante séculos como um importante porto marítimo, a par da barra de Vila do Conde; a produção de embarcações nos seus estaleiros contribuía para o seu funcionamento como um centro de dinamização da expansão ultramarina. A importância estratégica de Azurara não lhe garantiu novo foral manuelino, mas da passagem de D. Manuel por estas terras, em 1502, resultou um forte impulso no avanço da edificação da então matriz, a Igreja de Santa Maria, no adro da qual se ergue o pelourinho, diante da fachada Norte e junto da entrada lateral.»  (SML  - DGPC)

«A construção da igreja ter-se-á iniciado cerca de 1502, na sequência da autorização de D. Manuel I para se edificar uma nova igreja paroquial em Azurara em substituição da pequena Capela de Nossa Senhora da Apresentação; dessa edificação original sobrevive a imagem da Virgem integrada num nicho na parte superior do Portal. No essencial a construção terminou c. 1522, com a conclusão da capela-mor; a torre sineira é posterior, datando do final do século XVII.

A estrutura exterior das naves é rematada por uma fiada de ameias e a cabeceira encontra-se flanqueada por quatro contrafortes. O edifício caracteriza-se por algum ecletismo estilístico, com estrutura manuelina de grande sobriedade. O portal principal foi decorado com motivos de grotesco (este conjunto de linguagem ao romano derivou dos modelos que a partir das primeiras décadas do século XVI alastraram a todo o Noroeste português).

O interior é composto por três naves de cinco tramos marcados por arcos de volta perfeita, suportados por pilares lavrados com motivos vegetalistas. A capela-mor, executada por mestre Gonçalo Lopes, é coberta por uma abóbada de nervuras de gosto manuelino. Destaque-se ainda o revestimento azulejar da cabeceira, datado do século XVIII e proveniente da oficina de António Rifarto. Os altares das naves laterais integram pinturas do século XVI, salientando-se o retábulo de Nossa Senhora do Rosário (c. 1574), de Francisco Correia. O retábulo da capela-mor foi executado pelo entalhador Francisco Machado (1720).» (Wikipedia)

«O cruzeiro, manuelino, assente num soco quadrangular de quatro degraus. É composto por coluna lisa cilíndrica, tendo no topo uma pedra de armas. Um bloco paralelepípedo encima o fuste, com orbe adossado num dos lados, sobrepujado pela cruz, apresentando numa face a imagem de Cristo e na outra a da Virgem. Os três topos da cruz rematam em flor-de-lis. Estima-se que a sua construção tenham ocorrido no século XVI.» (in http://www.visitviladoconde.pt/.../patr.../outro-patrimonio/)


Fotos em 2022.12

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