Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 17 de dezembro de 2022

Os arco-íris em fotos

 * Victor Nogueira

Tito Salomoni - Building a Rainbow


Tito Salomoni, Rainbow Fantasy,(Litogravura)

Numa  das minhas fotos  Vítor  Durão  deixou  o  seguinte  comentário: "Quando vejo um arco-íris procuro sempre o seu fim porque estará por lá o pote de ouro, pelo menos é o que se julga". 

🙂


São poucas as fotos minhas a arco-íris, sendo a maioria no Mindelo. Aqui se faz uma compilação. No meu Livro de Viagens há apenas três referências, sendo uma delas num registo "A caminho de Almeirim", refiro a fotografia a um arco-íris, ainda não digitalizei. Fora isso há uma referência em Ferragudo e outra numa viagem pela  Linha do Norte, que se transcrevem.

«Às 8:30 tomámos o rápido da linha do Norte. Caía uma chuva miúdinha e no céu via-se um lindo arco íris. Matabichámos no bar da estação de Santa Apolónia, em, Lisboa, que é original, com motivos do caminho de ferro.» (1963.09.11 - Diário III)


Arco-íris em Ferragudo (Algarve) - 2000.04.22 «Andávamos a visitar esta povoação quando de repente começou a chover torrencialmente. Valeu-nos estarmos junto duma daquelas cabines telefónicas antigas, como as de Londres, onde nos resguardámos, a porta fechada, esperando pela bonança. Foi então que surgiu esta foto


2015 09 16 -- Depois da chuva, arco-íris no Mindelo. Noite de temporal no Mindelo - todo o dia e toda a noite choveu chuva ininterruptamente, em cerrada cortina de bátegas  fragrosas. E o vento em rajadas fazia o milheiral e as plantas baloiçarem quase vergadas ao solo. Hoje, o dia seguinte, a manhã esteve nublada de azul cinza e o bulício do vento amainou, a terra no quintal ensopada de água. Ao princípio da tarde descobriu-se o ar de azul, soalheiro, num mar de calmaria e silêncio.- UMA FOTO E DOIS POEMAS

1. - CHOVE CHUVA
Com fragor
chove chuva
uva a uva
lentamente
Setúbal 2013 10 23

2. - BOLETIM METRILÓGICO
Uva a uva
chove chuva
molhada
miúdagraúda
ensopa a roupa
fria
de cinza
noite e dia
cansa a dança
em rodo-rio
~~~~~~~~~~
Setúbal 2012.12.06





2022 12 16 - Arco-íris no Mindelo - São raros os arco-íris no meu portfolio. Mas ontem aqui na sala, após uma manhã pluviosa, vislumbrei um para lá da vidraça, embora esbatido. Peguei na máquina fotográfica mas quando cheguei ao quintal ele sumira. Pouco depois, na cozinha, quando me preparava para almoçar sentado á mesinha com vista para o campo, ei-lo que surgiu novamente, esmaecido, mas desta vez não tão fugazmente, o que me permitiu fotografá-lo. Com tratamento de imagem ficou mais visível.


Não é necessário que chova para que se forme um arco-íris, como este, em Oeiras, no Parque dos Poetas - (2016 08 21 IMG_1952)


Arco-íris em Setúbal

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