Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Azurara (Vila do Conde)

texto e fotos Victor Nogueira

Esta povoação já foi sede de concelho, com pelourinho ainda existente. Num outeiro encontra‑se a Capela de Sant'Ana - muito venerada - defronte, o mosteiro de Santa Clara e o Aqueduto, separado pelo rio Ave, onde existem ainda vestígios de azenhas. A igreja de Santa Maria, matriz do século XV, tem um púlpito exterior na torre sineira, tendo alguma semelhança com a de Vila do Conde. O cruzeiro, tal como outros que encontrei por essas terras fora, como em Óbidos, ostenta nas duas faces as esculturas de Cristo na cruz e Santa Maria.

Perto de Azurara, junto ao mar, na margem esquerda do rio Ave, fica a Capela de S. Donato (?), com uma torre ameada quadrangular de janelas góticas  - A torre estaria relacionada com a navegação costeira e a embocadura do Rio Ave. (Memórias de Viagem, 1997)


A povoação remonta à Idade Média, anterior à fundação de Portugal. Circundando a igreja matriz de estilo manuelino encontram-se o cruzeiro, o pelourinho e o que me parece ser uma das capelas dos passos da via-sacra, da crucificação de Cristo. As ruas circunvizinhas ainda conservam casas típicas e antigas de arquitectura urbana e nas janelas de dois dos prédios duas velhotas estão postadas às respectivas janelas, contemplando o raro movimento, interrogando-se talvez sobre o hominho que vai photoandando. Esta calmaria contrasta com o intenso e contínuo trânsito automóvel que passa a dois passos, na antiga estrada Porto/Viana, atravessando a ponte ribeirinha que nas horas de ponta atravanca no para/arranca, de saída e de entrada nos empregos.






















  • Maria Amélia Martins mas o nosso passeio não foi por aqui, foi mais ao pé do rio, uma zona que também tem muito "que se lhe diga" 
  • Victor Barroso Nogueira Sim, Maria Amélia Martins, mas ontem passara primeiro por Azurara.Vila do Conde será a próxima nota; Hoje voltarei lá e passarei de novo por Azurara.  Vamos ver se me entendo com a máquina dos bilhetes do metro para ir à Póvoa de Varzim LOL

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