Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Vila do Conde


Vila do Conde na margem direita do Rio Ave



 Capela de N.ª Sr.ª do Socorro 


casas quinhentistas na Rua da Igreja


Os novos Paços, implantados em plena Praça Nova, atual Praça Vasco da Gama, são um eemplar da arquitetura quinhentista, com o pelourinho no espaço fronteiro ao edifício e na vizinhança  da Igreja Matriz, também manuelina
É um edifício arquitetonicamente sóbrio, tendo na frontaria a escadaria de acesso ao Salão Nobre, no qual se encontra a belíssima tribuna do executivo No nível inferior, inicialmente concebido para serventia e proveito das pessoas que debaixo do paço vendessem as suas mercadorias, destaca-se a composição de arcos em ogiva através dos quais se acede a este espaço.




Aqueduto de Santa Clara






1963

Há aqui um aqueduto muito antigo, nalguns sítios arruinado (Diário III 1963)

1994

A norte do Mindelo ficam Vila do Conde e Póvoa de Varzim, duas cidades de características muito diferentes. Vila do Conde , na foz do rio Ave, é uma povoação antiga, com uma rua com casas do tempo do senhor D. Manuel I, um aqueduto e o Convento de Santa Clara, sobranceiro à ponte que  liga as duas margens. Tem uma ampla avenida marginal que a liga à Póvoa de Varzim.

É uma cidade de ruas largas, formando uma quadrícula, com jardins espaçosos e casas térreas. A Póvoa, outrora povoação de pescadores, é uma cidade de veraneio, cheia de gente no Verão, com praias ao atravessar da referida avenida marginal. É célebre pelo seu casino, embora a parte antiga seja mais estreita e tortuosa e as casas, em menor escala, parecidas com as do centro burguês do Porto. O trânsito é mais complicado e abundam edifícios de muitos andares junto à praia e na parte nova. 

Vila do Conde é mais pacata; o movimento aperta apenas às sextas-feiras, dia do mercado ou feira semanal. Na Póvoa [de Varzim] há ruas vedadas ao trânsito automóvel, na zona central comercial, onde se acotovelam os veraneantes. Aqui há também mais comércio e distracções, para além dos cinemas, de um museu de artesanato e duma enorme biblioteca municipal.. Personagens ilustres? Para além do  Cego de Maio, célebre pelos náufragos cujo afogamento impediu (émulo do Patrão Lopes, em Paço de Arcos), temos o poeta José Régio, que nasceu e morreu em Vila do Conde (a casa onde faleceu transformada em museu) e o Eça de Queiroz, escritor cujo humor e causticidade muito aprecio. (MFP - 1994.08.24)

(...) Os arcos que se vêm para lá da fonte [no claustro do Convento de Santa Clara] são um dos ramais terminais do chamado Aqueduto de Santa Clara, que outrora transportava água para Vila do Conde e constitui um dos seus "ex libris". (MFP - 1994.08.24). 

1997

De José Régio fala também Portalegre, onde viveu e deixou outra casa agora museu, terra onde terá sofrido se acreditarmos na sua Toada de Portalegre. (Notas de Viagem, 1997)

2014

O Convento, sobranceiro ao rio e à urbe, assume um ar impositivo, similar ao do Convento de Mafra relativamente a esta última povoação. Neste local elevado se localizou um castro fortificado. 


Vila do Conde encontra-se  no caminho de Santiago de Compostela e na foz do rio Ave. Povoação ligada ao mar, possui estaleiros junto à foz e no largo principal. Capela do Socorro, do século XVII, é sobranceira ao rio Ave, com tecto em forma de cúpula semi-esférica, branca, no cimo da rocha, acesso por ruas íngremes de bairro pobre.

Os estaleiros navais foram há anos transferidos para a margem esquerda do rio Ave e no primitiv local está fundeada a réplica duna caravela quinhentista, frágil casca de noz com que os portugueses afrntaram o temível mar-oceano..









Solar de Vasconcelos / Casa de Submosteiro  (actual auditóro municipal)

PRAÇA DA REPÚBLICA


convento de santa clara


casa museu Jusé Régio



Implantada sob um maciço rochoso sobranceiro ao rio Ave, a Capela de N.ª Sr.ª do Socorro apresenta uma arquitetura peculiar, com uma planta quadrada, coberta por uma abóbada. Destaque para a decoração interior de belíssimos azulejos do século XVIII, representativos da vida de Cristo, bem como para o retábulo de estilo rococó. 
Foi mandada construir por Gaspar Manuel, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e piloto-mor das carreiras da Índia, China e Japão e por sua mulher Bárbara Ferreira de Almeida, que aí se encontram enterrados. 



réplica duma nau quinhenista


local dos antigos estaleiros navais







Solar de Vasconcelos / Casa de Submosteiro  (actual auditóro municipal)







casa-museu de José Régio



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