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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 27 de junho de 2009

Acaba a era Kodachrome, a mais antiga película a cores



A companhia Eastman Kodak anunciou, esta segunda-feira, que deixará de fabricar e comercializar a Kodachrome, a primeira e mais antiga película a cores com êxito comercial e uma das mais valorizadas pelos fotógrafos profissionais.
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Aos 74 anos de vida, a Kodachrome sucumbe ao avanço da fotografia digital e de outro tipo de películas fotográficas mais modernas, que fizeram descer as vendas do filme para diapositivos e encarecer o processo de revelação.
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«Kodachrome é um ícone. Foi uma decisão difícil, dada a sua grande história, mas a maioria dos fotógrafos de hoje aposta nas fotos com tecnologias mais novas, tanto digitais como com outro tipo de películas», explicou a presidente da divisão de películas da Eastman Kodak, Mary Jane Hellyar, em comunicado.
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O fabricante calcula que, ao ritmo actual de vendas, os rolos Kodachrome terão desaparecido das prateleiras de todo o mundo no começo do próximo Outono no hemisfério norte.
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Alguns dos últimos rolos serão doados ao Museu Internacional de Fotografia e Cinema George Eastman House, em Rochester (Nova Iorque), onde se encontra a maior colecção do mundo de câmaras e artigos relacionados com fotografia.
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Além disso, está previsto que o fotógrafo Steve McCurry - conhecido pela sua fotografia da rapariga afegã de olhos verdes que 1985 foi capa da revista National Geographic, e que foi tirada com película Kodachrome - utilize algum dos últimos rolos, para que esses diapositivos sejam exibidos no museu nova-iorquino.
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A Kodak também criou um espaço na Internet para homenagear a velha película, a mais antiga do mercado e uma das mais reconhecidas e valorizadas pelos profissionais pela sua nitidez e duração das cores, entre outros motivos.
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Kodachrome deu inclusive nome a uma popular canção do norte-americano Paul Simon e até a um parque natural de Utah, nos Estados Unidos.
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No entanto, já não representa nem um por cento das vendas de películas fotográficas da Kodak, que nos últimos anos procedeu a uma profunda reestruturação do seu negócio para centrar-se no mundo digital.

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O fotojornalista Rui Coutinho contou à TSF que apesar de exigir um «processo muito complicado» para produzir e revelar, a Kodachrome «terá sido o melhor filme de diapositivo feito até hoje», pela sua «naturalidade de cor, definição, permanência e fidelidade»

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in TSF -22 JUN 09 às 21:58

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Ver historicphotoarchive.com/f2/kodachrome
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