Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 30 de junho de 2009

Museu no centro histórico com fotos do Douro

GLÓRIA LOPES
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A região de Trás-os-Montes vai dispor de um Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior, em Torre de Moncorvo, um projec-to privado de um fotógrafo, e que é o primeiro espaço do género na região.

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A memória e a história de um povo também se fazem com fotografias, esta é, pelo menos, a ideia de Arnaldo Duarte da Silva, professor e apaixonado pela fotografia, que decidiu criar um Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior para que as populações daquela zona possam aceder ao vasto espólio ligado à fotografia que reuniu ao longo de várias décadas.

Do acervo fazem parte fotografias tiradas nos concelhos de Torre de Moncorvo, Freixo de Espada-à-Cinta, Mogadouro e Vila Nova de Foz Côa, e diverso material, nomeadamente, máquinas fotográficas e outro equipamento, desde 1886 até à actualidade, bem como uma colecção de filmes das décadas de 40 e 50 do século XX.

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Trata-se de objectos que o mentor do núcleo reuniu ao longo da vida, sobretudo, junto de antigos fotógrafos. "Está aqui muito tempo e muito dinheiro", referiu Arnaldo Duarte da Silva.

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O espaço museológico, a inaugurar no próximo dia 12, está instalado numa casa no chamado casco medieval de Torre de Moncorvo, recuperada para o efeito, após "muita insistência e quatro longos anos" para aprovação do projecto por parte do IPPAR, explicou o mecenas.

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O projecto foi custeado totalmente por fundos privados, o proprietário apenas contou com a ajuda de dois mil euros das câmaras municipais de Torre de Moncorvo e de Freixo de Espada-à- Cinta para a edição de uma brochura sobre o núcleo.

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Ainda assim, as entradas naquele espaço vão ser gratuitas, mas, numa primeira fase, só vai estar aberto aos fins-de-semana. "A minha ideia é que seja um espaço de partilha, um local que as pessoas possam visitar, ver e consultar", explicou Arnaldo Duarte da Silva, ao JN.

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in Jornal de Notícias - 2009.06.30 - 00:30

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