Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 5 de março de 2017

Barbearia em Oeiras

* Victor Nogueira


Ao photocirandar por Oeiras encontrei na montra duma barbearia este "piqueno" museu de antiguidades. Em Luanda por vezes  o barbeiro ia a nossa casa cortar-nos o cabelo no quintal. E no antigamente de outrora, em Portugal nas barbearias havia a manicure para tratar das unhas dos clientes (serviço que nunca utilizei), creio que havia também engraxadores com a sua caixa dos apetrechos e os barbeiros falavam pelos cotovelos. Não havia marcações como actualmente mas filas de espera, os fregueses, sentados em cadeiras ou em pé à porta. Agora há barbeiras e ao contrário do que eu supunha é mais difícil cortar o cabelo a um homem do que a uma mulher, pois naqueles com cabelos curtos é mais difícil disfarçar um engano ou azelhice no corte. Também nas barbearias há pouco quem faça a barba. A 1º barbearia que frequentei durante muitos anos em Setúbal era a Bocage (1) mas agora é a do Carlos Chagas, 


Outras memórias: "O calor continua e neste fim de semana partirei mesmo para o Norte, pois eu e a Susana queremos estar de volta para poder assistir à Festa do Avante. De manhã fui cortar o cabelo a um barbeiro já velhote cuja existência desconhecia, ali numa transversal entre a Livraria Danny e o Largo do Mercado. A barbearia foi outrora o Salão Azul, agora decadente, e aplica cortes antigos e preços que são metade dos de outras barbearias. E que lento que é o velhote na execução da sua tarefa! «Porque gosto do trabalho perfeito», explicava-me ele." (Paço de Arcos, 1993.08.19 (5ª feira)

"Na Rua Costa Pinto nº 120, em Paço de Arcos, - onde actualmente é a "Raquel, Cabeleireiro" -  ficava outra barbearia, com 2 barbeiros, um dos quais idoso e também muito vagaroso. (http://kantophotomatico.blogspot.pt/2016/07/no-centro-historico-de-paco-de-arcos_13.html)












fotos em 2017.03.04

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(1)


Barbearia Bocage, em Setúbal, nos anos 80 do passado milénio 
(foto in https://www.facebook.com/profile.php?id=100013750189517)

Sem comentários: