Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 10 de março de 2017

As primeiras fotografias portuguesas de sempre mostram-se no Chiado

EXPOSIÇÕES


Quando a nova invenção chegou a Portugal, a sociedade oitocentista recebeu-a com curiosidade e entusiasmo. As primeiras imagens alguma vez tiradas mostram-se primeiro em Lisboa e depois no Porto.

Aqui não há selfies. As cores, as poses e as roupas denunciam outro Portugal de outra época, mais concretamente do século XIX. É isso que o público vai poder ver na exposição “Tesouros da Fotografia Portuguesa do século XIX”, que inaugura esta quinta-feira no Museu de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa.
primeira fotografia que o mundo conheceu foi tirada em 1826 na região da Borgonha, em França. Anos mais tarde, a nova tecnologia chegou à sociedade oitocentista portuguesa, que a abraçou com curiosidade e entusiasmo. São algumas dessas fotografias iniciais que o Museu do Chiado vai mostrar até 28 de junho, algumas delas nunca mostradas ao público.
Uma das preferências da fotografia que mais impacto teria no final de século XIX e primeiras décadas do século XX foi o do registo e documentação de acontecimentos públicos e privados. As longas exposições, decorrentes de obturadores lentos, bem como de soluções químicas ainda igualmente lentas, impediram, durante as primeiras décadas da sua invenção, que a fotografia se ocupasse dos acontecimentos humanos que incluíam movimento, pode ler-se na página do Museu. Mas desde os anos 60, a fotografia de festividades públicas, acontecimentos sociais públicos e privados, celebrações e acontecimentos políticos é sistematicamente acompanhada por fotógrafos, amadores ou profissionais.
No século XIX, fotógrafos como Cunha Morais, Augusto Bobone, Carlos Relvas, João Camacho, Aurélio da Paz dos Reis, são alguns dos nomes que abordam situações tão diversas como uma tourada, uma caçada em África, a ida à praia, um passeio de D. Carlos e D. Amélia, um almoço de notáveis, os preparativos do casamento de D. Luís ou uma feira no Rossio.

As imagens chegam “dos mais importantes acervos públicos e privados da história da fotografia portuguesa, colocando em diálogo os acervos fotográficos de diversas instituições públicas que têm como missão a salvaguarda do património fotográfico nacional”, pode ler-se na página do Museu. No dia 30 de maio, as fotografias também se mostram na Galeria Municipal Almeida Garrett, no Porto, onde ficam até 16 de Agosto de 2015.
http://observador.pt/2015/04/29/as-primeiras-fotografias-portuguesas-de-sempre-mostram-se-no-chiado/



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