- 15h04 - 2011.02.22
Criança sudanesa que deu Pulitzer ao fotógrafo Kevin Carter sobreviveu ao abutre
O diário espanhol El Mundo foi procurar a criança sudanesa fotografada em 1993 pelo fotojornalista Kevin Carter, que lhe valeu o Pulitzer em 1994. O abutre que esperava pela carcaça do bebé subnutrido afinal ficou sem refeição. Era um menino e só acabou por morrer mais tarde, há quatro anos, de “febres”, contou o pai.
Afinal, conta este fim-de-semana o El Mundo, o bebé era um menino, chamava-se Kong Nyong, e sobreviveu ao abutre. Segundo o jornal espanhol a enfermeira Florence Mourin, que coordenava os trabalhos do programa das Nações Unidas para o combate à fome no Sudão em Ayod, o local onde tudo aconteceu, que o menino estava a ser acompanhado, como prova a pulseira branca na mão direita, que se podia ver na fotografia premiada. Uns tinham a letra T nas pulseiras, para casos de subnutrição grave. Outros tinham a letra S, quando precisavam de suplementos alimentares. Kong, que tinha marcada na pulseira a inscrição T3, sofria de subnutrição grave, foi o terceiro a chegar ao centro das Nações Unidas. E sobreviveu, conta Florence ao El Mundo, que foi até Ayod para reconstituir, 18 anos depois, a história daquela imagem.
Kong viveu até 2007, depois morreu de “febres”, contou o pai do menino.
Carter, que com Ken Oosterbroek, Greg Marinovich e João Silva - o fotojornalista lusodescendente que perdeu as pernas num acidente no Afeganistão em Outubro passado - fundaram o Bang Bang Club, movimento que denunciou, pela fotografia, os crimes do apartheid na África do Sul, entregou-se às drogas e acabou por se suicidar, tinha 33 anos. Em Abril de 1994, pouco depois do anúncio do Pulitzer, Osterbroek morreu, baleado, quando fotografava um tiroteio em Tozoka, África do Sul, Carter estava ao seu lado. Carter, que era descrito como alguém que profisisonalmente procurava sempre o limite da condição humana, era também arrastado facilmente para a depressão pela força do seu próprio trabalho, contavam os amigos. Dizia que se não fotografasse seria piloto de Fórmula 1, por gostar de viver no limite.
A fome no Sudão matou 600 mil pessoas em 1993. A guerra civil e a seca provocaram no país centenas de refugiados naquela década. O país continua a ser um dos focos de crise humanitária mais graves do planeta.
Notícia corrigida às 21h48
1 a 10 de 10
Deve um fotógrafo interferir?
Numa palavra: SIM! Deixar uma criança para um abutre? Valha-me Deus....
Mundo miserável....
Como é possível haver tanta desumanização neste planeta ??? Parece incrível haver tanta indiferença entre os seres humanos......Por mais que tente compreender os humanos....é difícil !...Às vezes os animais que observamos têm melhor comportamento do que certas pessoas que se dizem "civilizadas".....É lamentável !.....Não sei onde vamos chegar com tanta miséria humana ???
?????
Será que num caso como este, o fotógrafo a trabalhar no terreno deve intervir?O que realmente um fotógrafo pode fazer num caso destes?Será dessumano deixá-lo á merçe da morte?"Quem o caminhante do inferno julga,é porque no inferno nunca caminhou"Afinal quem somos nós para o julgar ?
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sejamos honestos
A culpa é toda nossa, nós somos os próprios abutres que na nossa busca incessante das imagens mais degradantes da raça humana, procurando nelas o horror que nos dá adrenalina para podermos ser os maiores herois ou os maiores críticos à face da terra, damos a oportunidade aos grandes grupos que controlam os média de "venderem notícias degradantes, por somas assombrosas". As notícias felizes não dão dinheiro , nem prémios a ninguém. Isto é inerente à raça humana e muito especialmente aos Portugueses que por serem latinos tão depressa rebentam em furias como se esmuncam a chorar por causas de gente que nunca conheceram. Se começarem a atribuir ´prémios a fotos "felizes" esta realidade mudará.
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E o resto dos fatos?
O que esta reportagem não publicou, e que a maioria do público não sabe, é que logo após a imagem ter sido feita, o fotógrafo Kevin Carter afugentou o abutre. Acredito eu que, no momento, espantar o pássaro foi o máximo que ele poderia ter feito. Como já falaram aqui, essa foto ajudou a abrir os olhos da humanidade para problemas graves: fome e miséria. É muito fácil condenar uma pessoa quando só se sabe parte da história. Kevin Carter criou uma foto que devia ser considerada um mérito profissional e pessoal(não pelo sofrimento da criança, óbvio.), onde a mídia a transformou em uma arma e a apontou em sua direção.
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Longe dos olhos, longe do coração
Era suposto ele ter agarrado no puto e leva-lo para casa? O artigo diz que o miúdo estava a ser seguido pelas nações unidas. E muito provavelmente esta foto deve ter gerado algum benefício para os desgraçados lá da zona.
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A minha opiniao!
O que é facto é que comentar é facil. Atira-se uma baboseira qualquer, por vezes, aliás, quase sempre, por alguém cujo intelecto deixa muito a desejar e que, a moral, também só serve para aplicar aos outros. O que ainda é mais certo e que, pelo trabalho deste foto jornalista, que trouxe a todo o mundo uma fotografia que conta uma história e que, por esse meio alerta para um problema. Essa fotografia ajudou, estou certo, a mobilizar meios e energias para que mais vidas se pudessem salvar. Se as pessoas parassem para pensar antes de comentar com idiotices talvez o foto jornalista nunca se tivesse vindo a suicidar. PS: Nao atirem com a história da liberdade de expressao e que tem o direito de comentar como vos apetece. Isso só serve para dizer idiotices ao abrigo do anoniamato. O foto jornalista tambem tinha o direito de tirar a fotografia e de a publicar.
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pois
toda a gente sabe como os outros se devem comportar, como se o facto de não estarem lá, no local, os isentasse de culpas. Posições muito cómodas estas.
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"Kevin Carter"
Num trabalho recente realizado para a FBAUP e após vários depoimentos retirados de alguns blogues e jornais apenas posso lamentar o facto de um jornal como o vosso estar a publicar um artigo que considero de alguma forma falso. Aqui fica alguns excertos do texto que elaborei no tal estudo que realizei: "...Na versão de Carter, este momentos antes de tirar a foto sentou-se, tirou um cigarro e disse: “se o abutre abrisse as asas a foto ficaria maravilhosa”. Depois preparou tecnicamente a foto e disparou, tendo em seguida afugentado o abutre e seguido para o seu acampamento."..."chegaram mesmo a comparar Cárter ao abutre que aparece na foto: “um ser que vive espreitando o sofrimento dos outros”. Toda esta polémica e o sentimento de culpa que invadiu o fotografo, levaram o mesmo a pôr termo à sua vida em 1994, deixando na sua carta de despedida o seguinte excerto: “...sou perseguido pela viva lembrança da morte, dor, sofrimento. Pelas crianças famintas (…)”.Kevin Carter era Kevin Carter era um jovem fotografo sul-africano que fazia parte de um grupo intitulado Bang-Bang Club, que tinha entre outras missões divulgar para todo o mundo a crueldade do apartheid sul-africano.
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Hummmm
Se a criança tivesse servido de alimento ao abutre, em vez de lhe darem o Pulitzer deviam ter-lhe dado com ele. Antes de ser jornalista, é um ser humano com obrigações para com o seu semelhante. Que conste, não fez nada para melhorar a situação da criança. Tal sim, seria merecedor de elogio.
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