Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 3 de abril de 2022

Ferrovias 15 - Estações ferroviárias de Palmela

* Victor Nogueira

Qualquer das duas estações de Palmela situam-se na planície, bem longe da alcandorada vila que a partir do castelo árabe se espraiou encosta abaixo, estilo quebra-costas. A estação primitiva  situa-se no troço entre Pinhal Novo e Setúbal, da Linha do Sul, que abriu à exploração em 1 de Fevereiro de 1861. Em 1913, existia um serviço de diligências entre a estação e a vila de Palmela. Após a integração dos antigos Caminhos de Ferro do Estado na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, em 1927, aquela empresa iniciou um programa de remodelação das antigas estações do Estado, incluindo a de Palmela, que em 1934 foi objecto de grandes obras de reparação. 

Segundo a Wikipedia sta esetação é a terceira das quatro referidas por Fernando Pessoa no seu poema “Anti-Gazetilha” (Sol 1926.11.13; mais tarde incluída como “O Comboio Descendente” em numerosas antologias e musicada nos anos 1980 por Zé Mário Branco), que descreve um sinuoso e improvável «comboio descendente» que segue de «Queluz à Cruz Quebrada», «da Cruz Quebrada a Palmela», e «de Palmela a Portimão». (1)

A primitiva estação foi desactivada após a construção duma outra, - Palmela A - mais a sul, cuja  «obra esteve a cargo do arquitecto Motta Guedes, que procurou criar um espaço harmonioso e funcional que não desfigurasse o elevado conteúdo histórico e ambiental em que esta estação se encontra, sendo decorada com painéis de azulejos de autoria de Costa Pinheiro e de Jun Shirasu. (2)


Palmela A














Palmela no horizonte

Fotos em 2022 03 29 












Fontenário / espelho de água

























Estação velha (desactivada)













Chafariz no Latgo da Estação

Fotos em 2022 04 03

(2) Mensagem antiga - Galeria Ratton


Sem comentários: