* Victor Nogueira
A noite estava amena e as ruas do Centro Histórico iluminadas, excepto na parte da responsabilidade dos comerciantes, por desentendimento com a aurarquia, pois entendiam que restrita apenas à quinzena anterior ao Natal não justificava o investimento.
Na zona comercial algumas lojas estavam com as montras entaipadas e outras às escuras. O mercado de Natal, na Praça do Bocage, à hora tardia a a que por lá cirandei, estava com parte das bancas fechadas.
Avenida Luísa Todi
Caixa Geral de Depósitos e Biblioteca Municipal (antiga Alfândega Régia)
Forum Municipal Luísa Todi
Hotel Esperança e McDonald's
Coreto da Sociedade Musical Capricho Setubalense
Clube Setubalense
Galeria Municipal (antigo Banco de Portugal)
Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado,
Mansa corrente deleitos, amena,
Em cuja praia o nome de Filena
Mil vezes tenho escrito, e mil beijado:
Nunca mais me verás entre o meu gado
Soprando a namorada e branda avena,
A cujo som descias mais serena,
Mais vagarosa para o mar salgado:
Devo enfim manejar por lei da sorte
Cajados não, mortíferos alfanges
Nos campos do colérico Mavorte;
E talvez entre impávidas falanges
Testemunhas farei da minha morte
Remotas margens, que humedece o Ganjes.
Um governo sem mando, um bispo tal;
De freiras virtuosas um covil,
Três conventos de frades, cinco mil
Nhons e chinas Cristãos, que obram mui mal;
Uma sé que hoje existe tal e qual;
Catorze prebendados sem ceitil,
Muita pobreza, muita mulher vil;
Cem portugueses, tudo num curral;
Seis fortes, cem soldados, um tambor;
Três freguesias cujo ornato é pau;
Um Vigário-Geral, sem promotor;
Dois colégios, e um deles muito mau;
Um senado que a tudo é superior;
É quanto Portugal tem em Macau
Praça de Bocage
antigo Café Central e depois Galeria Municipal, hoje Pizza Hut
estátua de Bocage
Igreja de S. Julião
Rua Serpa Pinto
Rua Dr. Paula Borba
Ourivesaria Pedroso
Confecções Alves, Pronto-a-Vestir
Largo da Misericórdia
Nos campos o vilão sem susto passa
inquieto na corte o nobre mora;
o que é ser infeliz aquele ignora,
este encontra nas pompas a desgraça;
aquele canta e ri, não se embaraça
com essas coisas vãs que o mundo adora;
este (oh cega ambição!) mil vezes chora,
porque não acha bem que o satisfaça;
aquele dorme em paz no chão deitado,
este no ebúrneo leito precioso
nutre, exaspera velador cuidado,
triste, sai do palácio majestoso.
Se hás-de ser cortesão mas desgraçado,
anter ser camponês e venturoso.
Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:
Não quero funeral comunidade,
Que engrole sub-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:
"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou a vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu, sem ter dinheiro.
Sociedade Musical Capricho Setubalense (antigo Hospital da Misericórdia) e "Dolce Vita", da autoria do escultor João Duarte
Cruz Vermelha e Capricho Setubalense
Foto Vitória
Rua Antão Girão
Terreiro de Santa Maria
Igreja de Santa Maria da Graça (Sé Catedral)
Largo dos Combatentes
fotos em 2017.12.08/06/04
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