Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Setúbal by night - Christmas 01

* Victor Nogueira

A noite estava amena e as ruas do Centro Histórico iluminadas, excepto na parte da responsabilidade dos comerciantes, por desentendimento com a aurarquia, pois entendiam que restrita apenas à quinzena anterior ao Natal não justificava o investimento. 

Na zona comercial algumas lojas estavam com as montras entaipadas e outras às escuras. O mercado de Natal, na Praça do Bocage, à hora tardia a a que por lá cirandei, estava com parte das bancas fechadas.


Avenida Luísa Todi


Caixa Geral de Depósitos e Biblioteca Municipal (antiga Alfândega Régia)


Forum Municipal Luísa Todi


Hotel Esperança e McDonald's



Coreto da Sociedade Musical Capricho Setubalense


Clube Setubalense



Galeria Municipal (antigo Banco de Portugal)




Eu me ausento de ti, meu pátrio Sado,
Mansa corrente deleitos, amena,
Em cuja praia o nome de Filena
Mil vezes tenho escrito, e mil beijado:

Nunca mais me verás entre o meu gado
Soprando a namorada e branda avena,
A cujo som descias mais serena,
Mais vagarosa para o mar salgado:

Devo enfim manejar por lei da sorte
Cajados não, mortíferos alfanges
Nos campos do colérico Mavorte;

E talvez entre impávidas falanges
Testemunhas farei da minha morte
Remotas margens, que humedece o Ganjes.



Um governo sem mando, um bispo tal; 
     De freiras virtuosas um covil, 
    Três conventos de frades, cinco mil 
    Nhons e chinas Cristãos, que obram mui mal; 
    
    Uma sé que hoje existe tal e qual; 
    Catorze prebendados sem ceitil, 
    Muita pobreza, muita mulher vil; 
    Cem portugueses, tudo num curral; 
    
    Seis fortes, cem soldados, um tambor; 
    Três freguesias cujo ornato é pau; 
    Um Vigário-Geral, sem promotor; 
    
    Dois colégios, e um deles muito mau; 
    Um senado que a tudo é superior; 
    É quanto Portugal tem em Macau






Praça de Bocage







antigo Café Central e depois Galeria Municipal, hoje Pizza Hut




estátua de Bocage








Igreja de S. Julião





Rua Serpa Pinto




Rua Dr. Paula Borba





Ourivesaria  Pedroso


Confecções  Alves, Pronto-a-Vestir


Largo da Misericórdia






Nos campos o vilão sem susto passa
inquieto na corte o nobre mora;
o que é ser infeliz aquele ignora,
este encontra nas pompas a desgraça;

aquele canta e ri, não se embaraça
com essas coisas vãs que o mundo adora;
este (oh cega ambição!) mil vezes chora,
porque não acha bem que o satisfaça;

aquele dorme em paz no chão deitado,
este no ebúrneo leito precioso
nutre, exaspera velador cuidado,

triste, sai do palácio majestoso.
Se hás-de ser cortesão mas desgraçado,
anter ser camponês e venturoso.


                                       Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:

Não quero funeral comunidade,
Que engrole sub-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou a vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu, sem ter dinheiro.



Sociedade  Musical Capricho Setubalense (antigo Hospital da Misericórdia) e "Dolce Vita", da autoria do escultor João Duarte


Cruz Vermelha e Capricho Setubalense


Foto Vitória

Rua Antão Girão






Terreiro de Santa Maria



Igreja de Santa Maria da Graça (Sé Catedral)


Largo dos Combatentes



fotos em 2017.12.08/06/04



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