Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 17 de março de 2021

as piscinas de Évora, in illo tempore

 * Victor Nogueira


1968

Que mais tem ela? Meia dúzia de jardins. As melhores piscinas da Península. Um "Salão Central Eborense". Que dá sessões cinematográficas diariamente (à 6ª feira o filme é português) Um teatro (o Garcia de Resende) que em dois meses abriu para apresentar um concerto, uma peça de teatro ("D. Quixote", pelo Teatro Experimental de Cascais) e uma ópera ("Rigoletto", pela Companhia do Trindade). Um espectáculo de cada.

Cinema, café, Praça do Giraldo, casas e pouco mais. O que há para fazer. As perspectivas para as miúdas são mais negras. (JCF - 1968.12.26).

1969


Um outro aspecto das piscinas de Évora. Do lado esquerdo, o parque infantil, bastante interessante. Como não podia deixar de ser, já entrei no avião, que está muito estragado por dentro. Creio que foi transporte de paraquedistas.

Claro que não há nada que chegue a uma praia batida pelas ondas. Mas temos de contentar-nos com a prata da casa. (ECF 1969.06.17)  


Que tenho feito? Andado por aí. Ir ao Instituto ouvir uns tipos a vomitarem sabedoria, uns, ignorância, outros, presunção, alguns. Vender folhas atrás do balcão da Associação de Estudantes. Ir bissemanalmente às piscinas [cobertas] nadar. Ouvir música, de rádio, pois o gira discos avariou-se. Andar por aí. Ler. Aborrecer-me. Desesperar-me. Angustiar-me. Mas,... que interessa isto?! Respiro, como, ando. Estou vivo! O resto, hum! o resto são cantigas. (MLF - 1969.02.23)


Finalmente e já não era sem tempo, parece ter chegado o verão. Embora não esteja calor, o céu está azul, com alvos flocos de núvens aqui e além. As piscinas, uma das coisas boas que esta terriola possui, serão uma tentação na época de exames que atravessamos. (...) (MLF - 1969.06.17)


Eis aqui um dos locais mais aprazíveis do burgo. Ao fundo, a cidade onde se destacam as torres da Sé. Em 1º plano, parte do parque que se vê no outro postal. Depois, as diversas piscinas, desde a infantil até à dos saltos, passando pela olímpica. No edifício ao lado direito ficam um bar, os balneários e a piscina de inverno. 

O edifício mastodôndico é o Teatro Garcia de Resende.  A seta indica o local onde fica o Instituto, junto à Sé. (MLCF 1969.06.17)

As piscinas tinham um pavilhão coberto, aquecido, com piscina, para os meses frios e aulas de natação.

Évora, piscinas municipais – Tenho saudades da praia.(…) Recebi uma amável carta da Maria Arnalda convidando-me para um fim.de semana [na Figueira da Foz]. Ainda não decidi onde passarei as férias. Talvez vá com os finalistas [do ISESE] a uma viagem de estudo por Portugal (NSF 1969.11.27)


1970

Évora, Piscinas Municipais - Eis o Paraíso Eborense nestes dias de calor: cúmulo do azar: apanhei uma valentíssima gripe, insuportável. Remédio: doses maciças de antigripais.  (NSF 1970.07.21)


A minha gripe não era afinal gripe, mas sim excesso de sol nas piscinas e correntes de ar. Fui ao médico que me receitou uma farmácia. (NSF 1970.07.29)

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1971

Inaugurei hoje a minha época de piscinas. O tempo está quente e a água, embora fria, é agradável. (1971.06.17 - ?)



1973


(foto MENS)

(...) Na varanda das piscinas, em Évora, às 15:30. Está um dia quentemente abafado; nas ruas muitas saudações dos "amigos" e conhecidos que passam. Na boca um sabor amargo e de náusea. Detesto Évora. Pronto. Já disse. Poderei algum dia apreciar a beleza de Évora ? (MCG - 1973.09.07)



1973.11 (foto MENS)


1973.12 (foto MLCF)

1974



(foto MLCF)
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1975


1975 01 20 évora piscinas (postal ilustrado MCG)



Em évora, nas piscinas, o célebre "Junkers" - 1975 - Disse-me em tempos o Zé Pinto que já lá não está.

«Junkers Ju 52 é uma aeronave de fabricação alemã, com três motores radiais e capacidade para 17 passageiros,´produzida entre 1932 e 1945, pela empresa Junkers. Também é conhecida como Tante Ju (Tia Ju) ou Auntie Ju. Foi apelidado pelas tropas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, como Iron Annie. Mais de 4.000 unidades foram produzidas, para uso civil e militar. É um dos modelos mais bem sucedidos na história da aviação européia.» (Wikipedia) 


(1975.08)

1980

É tempo de verão e para os eborenses a piscina é a “praia”.(JJCF 1980.06.28)

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