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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 7 de janeiro de 2012

Kodak corre risco de entrar em insolvência




Prejuízos e dívida astronómica

Kodak corre risco de entrar em insolvência

06.01.2012 - 09:16 Por José Manuel Rocha
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<p>Empresa centenária está a lutar pela sobrevivência</p>

Empresa centenária está a lutar pela sobrevivência
 (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
A empresa centenária que inventou o rolo de filme não conseguiu acompanhar a evolução tecnológica.

A empresa que inventou o rolo de filme e a máquina fotográfica está em vias de ser condenada pelo progresso. A Kodak, uma marca que se cruzou com a vida de uma parte substancial da população do mundo, corre sérios riscos de desaparecer. Anos a fio de prejuízos e uma dívida astronómica que os credores não querem reestruturar podem levar a empresa - criada por George Eastman há 131 anos - ao encerramento.


A fragilidade da situação da Kodak não é nova. A empresa acabou por ser vítima do seu próprio sucesso. Em 1975, um engenheiro da companhia inventou a máquina de fotografia digital, mas a direcção do grupo entendeu que colocar esse produto no mercado era como matar a galinha de ovos de ouro - as máquinas tradicionais e os rolos de filme, que então garantiam à Kodak uma posição de liderança incontestável a nível mundial.



Esta opção estratégica custou caro à companhia, que acabou por ser ultrapassada, à esquerda e à direita, pelas concorrentes que optaram pelo mundo digital. E mais ainda quando surgiram, primeiro, os telemóveis com câmara incorporada, e, depois, os tablets com o mesmo dispositivo.



Alternativas falharam



A Kodak ainda tentou outros mercados - produtos químicos, produtos de limpeza, meios de diagnóstico médico -, mas nunca mais conseguiu inverter o rumo negro dos acontecimentos. Mesmo a mais recente aposta, na área das impressoras, foi tardia e, por isso, de parcos resultados face aos gigantes que entretanto se tinham instalado no mercado, como era o caso da Hewlett-Packard. 



Para além de reportar trimestres consecutivos de prejuízos, a companhia foi afundando na bolsa à medida que o tamanho da dívida crescia. Acabou a valer menos de um dólar por acção na bolsa de Nova Iorque, limite a partir do qual arrisca a expulsão do sistema de negociação.



Mas, ontem, o The Wall Street Journa veio revelar o cenário mais negro - a iminência de a empresa solicitar o regime de protecção de credores, o que lhe confere espaço de manobra para uma reestruturação que, se não acontecer, desemboca num inevitável processo de falência.



Poucos acreditam que a Kodak acabe por sair bem na fotografia. O seu mais valioso activo é a carteira de patentes (1100) na área do digital, que, aliás, diz terem sido alvo de abuso por muitas marcas de telemóveis e tablets. Só à Apple e à Blackberry, a empresa pede mil milhões de euros por utilização abusiva de tecnologia sua. Recentemente, a Kodak ganhou um litígio de 650 milhões de euros à Samsung pelas mesmas razões.



O problema é que o tempo urge e as tentativas passadas para rentabilizar esses activos não tiveram o sucesso esperado.




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