Kant_O_Photomático: Iluminações natalícias na Maia

Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Iluminações natalícias na Maia

Mercadinho de Natal - Maia 2023 (1)

* Victor Nogueira

No Mindelo o dia acordou ao som do estralejar seco de foguetes. Que comemorariam os fogueteiros, que esperanças lançavam ao firmamento, quando negras e sombrias são as núvens que em Portugal e pelo restante planeta se acastelam sobre os dias vindouros?

A saída hoje foi até à Maia a casa de familiares, a Isabel e o Carlos, onde pude deliciar-me com bacalhau com natas, rabanadas e leite creme, regados com sumo de alperce, contando também com a companhia da Nini e do Tiago. Na ida, já na Maia, uma fila "quilométrica" estendia-se, serpenteante, por um passeio, para a entrada dum restaurante take.away. Gabo-lhes a paciência, ali desabrigados, ao frio. Pior seria se estivesse a chuviscar.

Mais modesto que o de Vila do Conde, o chamado Mercadinho de Natal situa-se no coração da Maia, i.e. na Praça Doutor José Vieira de Carvalho, aberto durante o mês de Dezembro e Janeiro. Reza a publicidade que aquele local iria ficar repleto de cor, sabor, aromas, gastronomia e artesanato. Nos seus vinte e seis stands seriam comercializados peças de artesanato, brinquedos artesanais, livros, bijuteria e muito mais. Mas não só. O estômago e as papilas gustativas poderiam deleitar-se com brigadeiros, gelados artesanais, licores, ginjinha, chocolate quente, crepes, mel, entre muitos outros.

Hoje passei por lá, mas os stands estavam encerados e raros transeuntes passeavam-se pelo local, destacando-se um carrocel feericamente iluminado. Eis a photo-reportagem possível, ao entardecer, frio, húmido e cinzento, feita a partir do banco do pendura.