Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Praia do Bispo, em Luanda

 * Victor Nogueira

2023 04 10 A foto é de autoria do meu tio JJ Castro Ferreira e no lado esquerdo da vivenda geminada (nºs 42 e 44), sita na Praia doBispo, moravam os Nogueira da Silva, figurando na mesma os filhos, Victor e Zé Luís. Seguramente que a página "Luanda - imagens dos velhos tempos" a terá extraído dum dos meus blogs ou da minha página do FB, sem que quem a publicou tivesse a cortesia de referir a sua origem e autoria

No quintal vê-se ou o Ford Consul da Maria Emília ou a carrinha Morris Minor do Manuel. O Bairro era servido por duas carreiras de autocarros, creio que com intervalos de meia hora, com percursos inversos, sendo o Largo D. Fernando, na Baixa, o local de início e de término de ambas as carreiras.

O percurso era pela Rua Duarte Pacheco Pereira, Largo D. Afonso Henriques, Avenida Álvaro Ferreira (ou do Hospital), Samba, Praia do Bispo, Rua D. Francisco Soveral, Avenida dos Restauradores de Angola, ou o inverso. Defronte à nossa casa ficava uma das paragens de autocarro, que se vê na foto, a nº 7, proveniente da Samba. A outra era a nº 13.

Era no caramanchão que líamos, estudávamos ou jogávamos às cartas ou jogos de tabuleiro, nos dias de canícula.

Esta era a 2ª vivenda geminada para quem vinha do Morro de S. Miguel. Na 1ª morou o escultor Bragança e esposa (D. Fernanda) e depois outra família. Á direita da mesma, moraram sucessivamente os Coimbra e os Fardilha. Na 2ª vivenda, à esquerda, moravam os Nogueira da Silva e à direita, sucessivamente, os Balsa e os Sequeira. Na 3ª vivenda, à esquerda, habitavam os Paninho Birrento e, à direita, os Andrade Ferreira. Na 4ª vivenda, à esquerda, morava uma família indiana, cujo nome não fixei (as raparigas eram muito belas e um dos filhos chamava-se Gil).

Eramos os miúdos destas vivendas que conviviam uns com os outros. Depois, tínhamos alguns amigos mais para diante, junto à bomba de gasolina, como os Bustorff., para lá da Igreja de S. Joaquim.

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