Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 3 de julho de 2014

MEMÓRIA DESCRITIVA

MEMÓRIA DESCRITIVA


foto victor nogueira - auto-retrato e sombras - Oeiras (jardins do palácio do Marquês de Pombal)

MEMÓRIA DESCRITIVA

no jardim
aragem chinesa ou nipónica
em filigrrana rendilhada
um jogo de luzes em  chiaroscuro
dicotómico e caleidoscópico

sombria de sombras
na penumbra em contrastaria
rútilo é o i

entre o gradeamento
e a folhagem
a preto e branco
síntese ou ausência da cor
senza cuore il senso
a  cinza e a neve
il silenzio

sem refração
na espiral rectilínea
visto o registo
em curvilínea planura

Setúbal 2014.07.03

Sem comentários: