Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 6 de agosto de 2022

Em Palmela, entre os moinhos e o Castelo

* Victor Nogueira



(Palmela vista da Quinta do Hilário - Estrada da Baixa de Palmela)

Numa tarde soalheira mas não tão abrasadora como em dias anteriores fomos até Palmela e aos moinhos para ver o rasto do incêndio, que devorou a encosta do castelo e os terrenos limítrofes, mas não só. Aqui, em Aires e em muitos outros locais as chamas rodearam ou atingiram as habitações e os edifícios de outro tipo.

Vistos de perto, os moinhos não são tão sedutores e "mágicos" quando vislumbrados lá do alto das muralhas. No horizonte, neste dia levemente neblinado, a fita azul do Rio Sado, marginado pela Península de Tróia e por Setúbal, que dizem ser a cidade do Rio Azul mas que para mim, vista de qualquer miradouro, é uma mediterrânica cidade branca, apesar de presentemente nos velhos edifícios do centro histórico muitos deste estarem a ser pintados de cores vivas: amarelo, vermelho, violeta, rosa ....

Estes monhos, cercados pelo fogo, conseguiam escapar á destruição, embora num deles uma sebe tenha a parte inferior queimada e a superior verde. Aliás, não poucos pinheiros conservaram a copa verde enquanto o caule e as ramadas inferiores apareçam queimadas, duma cor acastanhada. Contudo as chamas destruíram completamente outros moinhos, alguns em laboração para efeitos pedagógicos, integrados na Rota dos Moinhos, ao longo das cristas das Serras do Louro e dos Barris, no Parque Natural da Arrábida.


As muralhas 








Sede que foi da Ordem Miliar de Santiago, senhora de vastos domínios em Portugal, designadamente a sul do Rio Tejo, atribuídas com a missão de povoá-las e defendê-las, sobretudo das investidas árabes.  Em Portugal teve a sua sede sucessivamente  no Mosteiro de Santos-o-Velho, em Lisboa, em Alcácer do Sal e em Mértola. Em 1482 a sede da Ordem foi transferida para a vila de Palmela, que no seu recinto amuralhado integra o castelo (que foi inicialmente edificado pelo árabes), o convento da Ordem (actual pousada), a Igreja de Santiago (hoje polo museológico e de exposições municipais) e as ruínas da Igreja de Santa Maria. No recinto do castelo existe um Museu das Transmissões Militares bem como vestígios preservados da ocupação muçulmana.

Nas fotos figuram o convento, a Igreja de Santiago e a torre de menagem, para além da linha externa, edificada no século XVII, constituída por baluartes, revelins e tenalhas, visando resistir aos tiros da artilharia, situados a uma cota inferior.


Os moinhos



(Os moinhos vistos das muralhas - fotos cerca de 2017)


(Bica desactiva. Nos dias de canícula faz falta que assim seja)








(Igreja de S. Pedro entrevista por entre a folhagem)








A paisagem





















(Marcas do incêndio em Aires, na Estrada da Baixa de Palmela)


Os mirones  e os meios de transporte

 










Os filmezecos





Os andarilho photo-repórteres


(Foto Rui Pedro)

Fotos em 2022 08 03


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