Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 28 de junho de 2014

de quantas pétalas é tecido o sol



* Victor Nogueira

de quantas pétalas é tecido o o sol
e de quantas escamas o mar?
quais as malhas que entretelam o lençol
e de que notas se  veste o luar?

é difícil a rima,
verso branco que arrima
e anima
oco louco
muito ou pouco ?

e a seara cerealífera
na esfera da espera

na concha do sentido
caracol
pelíicula a película (des)folheada
quantos sentidos se encerram ou libertam ?

de quantos caracteres, signos e palavras
se retiram duma só?
sol rissol solidão metanol briol
solário vário
refrigério
quente ou frio
etc & tal

ou assim e assim
afinal
sem pós de perlimpimpim ?

Paço de Arcos 2014.06.29

Foto Victor Nogueira - Lisboa Expo 98 (1998)

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