Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

(35) Azurara e a azenha quinhentista

 * Victor Nogueira

OO Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, visto da azenha quinhentista, em Azurara. O Convento, fundado em 1318, foi edificado no local onde existiram sucessivamente um castro e um castelo medieval, era destinado a filhas de grandes senhores, e a sua imponência resulta do despique e vontade de afirmação do seu fundador, D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis, face à sua madrasta, a chamada Rainha Santa Isabel. A sua imponência esmagadora e senhorial sobre a Vila a seus pés, não impediu a autonomia da burguesia vilacondense resultante dos Descobrimentos, que conseguiu autonomizar-se com o apoio real. D. Afonso Sanches era o filho predilecto do rei, que pretendia legar-lhe o trono em sucessão, em prejuízo do filho legítimo, que viria a ser Afonso IV, que derrotou todas as pretensões do seu meio-irmão, até à assinatura de um tratado de paz entre os dois irmãos, em 1326. O enorme poder das freiras, que se tornou um entrave ao progresso económico d região, só foi definitivamente quebrado com a extinção das ordens religiosas, no século XIX e na sequência das revoluções liberais.

As freiras eram propritárias das barcas que ligavam Vila do Conde e Azurara, assilm como de todas as azenhas nas foz do Rio Avem, em Azurara e Vila do Conde. Das azenhas resta apenas esta, quinhentitsta. 

Esta é uma compilação das fotos publicadas em  Azurara - em busca da azenha quinhentista

De aordo com a ficha do IPPC  a azenha é "de planimetria rectangular, formada por um único volume, a sua estrutura assemelha-se a um fortim, tendo sido possivelmente inspirada na arquitectura militar da época, em que as fortificações se renovavam ao nível das estruturas.  As fachadas laterais são rasgadas por janelões, e na principal foi aberta a porta, encimada pela pedra de armas dos marqueses de Vila Real. O conjunto é rematado por uma cornija coroada  por merlões com seteiras."  

in http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72546/



(azenha vista de Vila do Conde)

Pouco mais há para ver e retrocedo sobre os meus passos, agora vislumbrando à minha direita a mole imensa do Convento de Santa Clara, na outra margem.


(rampa para movimento de embarcações ?)



(açude)





(Rio Ave)












(azenha) 


fotos em 2016.09.26, 
salvo as duas  primeiras, de anos anteriores

Sem comentários: