Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 29 de setembro de 2013

Oceanário recebe exposição que mostra o planeta visto do céu


Público


Fotografias estão expostas até 6 de Janeiro, com acesso gratuito, no Parque das Nações.


Impressionantes extensões de oceano, praias repletas de gente e chapéus-de-sol, glaciares à deriva, tudo visto do céu. Mas também peixes coloridos e baleias gigantes fotografados no fundo do mar. Estas são algumas das imagens que integram a exposição Planet Ocean, da fundação Good Planet, inaugurada nesta terça-feira no Oceanário de Lisboa.
As imagens aéreas foram recolhidas pelo fotógrafo, jornalista e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand que, aos 67 anos, tem no currículo diversos projectos relacionados com o planeta e a acção do Homem sobre a Natureza. Entre eles, o livro The Earth From Above (em português, A Terra Vista do Céu), que deu origem a uma exposição vista por mais de 200 milhões de pessoas em Paris.
A aventura de fotografar a terra a partir de aviões, balões de ar quente e helicópteros já levou Arthus-Bertrand aos vários cantos do mundo. Pelo caminho, foi encontrando alguns muros. Ao PÚBLICO, conta que o mais difícil é ter autorização para voar – na Argélia, por exemplo, a equipa nunca a conseguiu. Em alguns países, diz o fotógrafo, encontrar meios aéreos disponíveis e pilotos com experiência é como encontrar uma agulha num palheiro. Mas também se surpreendeu: “Por exemplo, no Panamá encontrámos um local fabuloso para fotografar que não estava nos planos e que surgiu quase por acaso.”
Captar imagens do mundo é também compreender quem somos. Essa foi, garante, a sua “verdadeira surpresa”. Afirma ainda que o trabalho, ou “a odisseia”, como lhe chama, proporcionou um “enriquecimento tremendo”.
O documentário, que dá origem à exposição, foi um desafio proposto pela Omega, o fabricante suíço de relógios. O projecto tem como objectivo retratar, por um lado, “a beleza inerente do nosso planeta”, e por outro lado documentar “o impacto que a nossa forma de viver tem nos oceanos e nos ecossistemas marinhos”, explica o fotógrafo. Mas Arthus-Bertrand admite que “não é possível mudar o mundo com uma exposição”.
Além das suas imagens aéreas, a exposição, de entrada livre, inclui imagens subaquáticas captadas por Brian Skerry, um fotógrafo norte-americano colaborador da revista National Geographic. Os visitantes podem apreciar as 35 fotografias aéreas e subaquáticas até 6 de Janeiro de 2014.
Na calha, o francês, que é também embaixador da Boa Vontade no Programa Ambiental das Nações Unidas, tem a realização do filme Human, sobre "a beleza do mundo", e outro projecto sobre o desaparecimento da vida animal selvagem devido à pressão da presença humana. 

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