* Victor Nogueira
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Castro Barroso Gato Nogueira - Blog Photographico - lembrança da moça do Alentejo
“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)
«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973
* Victor Nogueira
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* Victor Nogueira
Bordejando a estrada segue o rio Minho para montante, por entre o aprazível arvoredo e o cintilar das águas. Vila Nova de Cerveira é palco da bienal de arte, que não visitamos. Ruas estreitas, as muralhas dum castelo à beira-rio. Um vasto e aprazível passeio arborizado, as embarcações esguias presas a varapaus na margem portuguesa, eis a imagem que perdura na minha lembrança
Tal como o castelo com alguma imponência em terreno chão, junto ao rio Minho. Ferry boats ligam as duas margens: portuguesa e espanhola. (Notas de Viagens, 1997.08.21)
Vila Nova de Cerveira -À beira do rio Minho. Largo com esplanadas e muita gente, obelisco e canhões. Castelo/pousada (pequeno, com casas, igreja, pelourinho e antiga casa da Câmara no interior). Catedral barroca. Bienal de Artes. (Notas de Viagens 1998.06.11)
Ergue-se este pelourinho naquela que foi certamente a sua implantação original, no interior das muralhas do castelo, diante do edifício que foi o da antiga cadeia e Paços do Concelho, reconstruído em 1598 e alterado em 1768. Possui aspecto muito rústico, para o que contribui o facto de o fuste parecer assentar directamente sobre o soco. Este é constituído por uma plataforma de três degraus quadrangulares, em pedra toscamente aparelhada, sendo o degrau térreo mais semelhante a uma plataforma elevada, destinada a vencer o desnível do pavimento. Sobre este soco assenta um largo plinto, dando a impressão de um outro degrau, distinto apenas no talhe biselado das arestas. O fuste, esguio e liso, é de planta octogonal, mas remata num troço de planta quadrada, ao modo de ábaco. Sustenta um capitel paralelepipédico ornamentado com quatro escudetes, exibindo as armas de Portugal e as armas dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, em faces alternadas. Conserva ainda a data de execução, 1547, respeitante ao senhorio de D. Francisco de Lima, 5º visconde. Entre o topo do fuste e o capitel estão os quatro ferros de sujeição, em cruz, terminados por serpes. Falta apenas a golilha, instrumento de sujeição dos condenados à exposição pública, que foi arrancada por volta de 1850. O capitel é rematado com um "chapéu" cónico, com oito faces, encimado por um boleado. Todo o conjunto é em granito.» (SML – DGPC)
Paços do Concelho - Arquitectura civil política e administrativa, novecentista e revivalista. O carácter rústico que envolve o portal principal, aponta para um gosto clássico, surgindo alguns elementos revivalistas neobarrocos, nos pormenores decorativos das consolas e fechos dos arcos. O andar nobre é marcado por janelas de sacada na fachada principal, as da sala de sessões abertas para sacada única, assente em consolas.
Em 1909 o Governo Civil aprovou o projecto para um novo edifício, assinado pelo arquitecto Carlos Fernando Leituga. Em 2015 é aberto um concurso publico para adjudicação da construção dos novos paços do concelho, segundo um novo projecto, mais reduzido Em 1921 a obra ´r dada por concluída com a inauguração do novo edifício. (Paulo Amaral 2004 in Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira - Monumentos.p
A reconstituição data da mesma altura em que outros pelourinhos do país foram feitos de novo ou recolocados nos locais originais, participando de um entusiasmo revivalista que servia igualmente a vontade de afirmação dos municípios. » (SML – DGPC)
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* Victor Nogueira
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O pelourinho assenta em três amplos degraus circulares, de rebordo boleado, e de factura moderna. É constituído por base, coluna, capitel e remate, nem todos elementos originais. A base da coluna é circular, em cesto invertido, com decoração tardo-gótica de botões entre nervuras espiraladas. O fuste é cilíndrico, constituído por dois troços unidos por anel medial moldurado, sendo cada troço decorado com caneluras espiraladas à esquerda, entremeadas por séries de florões quadrifoliados. O conjunto é rematado por capitel de secção quadrangular, decorado com folhagens centradas nas arestas, e assente em estreito astrágalo circular. É encimado por ábaco quadrangular em molduras crescentes, no qual assenta o remate. Este é composto por uma pirâmide quadrangular com decoração de cogulhos em três registos sobrepostos, coroada por um peça esferóide achatada. Numa das faces do remate destaca-se ainda uma figura humana relevada, vestida com um manto, que tem sido interpretada como Nossa Senhora da Conceição, padroeira da freguesia, ou ainda uma evoçação dos Abades de Alcobaça, senhores de Turquel. » (SML – DGPC)
Vila do Touro Fotos: castelo ao longe, janelas manuelinas, igreja românica, pelourinho. Nas casas em pedra existem muitas janelas manuelinas.
Bicas com ditos: “A união faz a força” e “Venha e vá com Deus”. Do castelo só restam a porta e pedras.
A Câmara [do Sabugal] não deixa a velha vender a janela manuelina e noutra, rebocada, os velhotes dizem-se arrependidos e que se fosse agora não o teriam feito, pois a pedra não rebocada tem hoje mais valor. Outro velhote diz que se fosse hoje também não teriam deitado abaixo o castelo, pois são coisas que dão valor mas noutro tempo não era assim. Muitas das janelas manuelinas foram outrora compradas por americanos que as levaram para os EUA, ao que me dizem. (Notas de Viagens 1998.07.12)
Vila do Touro foi vila e sede de concelho entre o início do século XIII e o início do século XIX. «Com um topónimo - "Touro" - a denunciar uma fundação remota, desde, pelo menos, o século XII, ainda que supostamente derivado do nome próprio Taurus ou de características geográficas da região, Vila do Touro ostenta inúmeros vestígios arqueológicos que evidenciam bem a diversidade e a excelência dos recursos cinegéticos que desde sempre dispôs às comunidades humanas que percorriam o seu território e nele procuravam sobreviver e fixar-se, e à qual não foi, certamente, estranha a existência de várias linhas de água que o atravessam, irrigando e fertilizando os seus campos.
Inserido numa paisagem dotada de inegável beleza natural, o actual termo de Vila do Touro dispõe de um posicionamento estratégico que permitiu às suas gentes disporem de um domínio visual sobre os terrenos circundantes, uma particularidade essencial em termos defensivos.
Potencialidades que foram rapidamente aproveitadas ao tempo da reconquista cristã, quando do repovoamento de toda a região do Alto Côa, edificando-se, então, o castelo de Vila do Touro, povoação então situada numa zona de profunda instabilidade política decorrente da indefinição do traçado fronteiriço, razão pela qual a sua jurisdição foi entregue, por D. Afonso II (1185-1223), que a fundou, à Ordem dos Templários, cujo Mestre, D. Pedro Alvites, lhe outorgou foral, decorria o ano de 1220.
Entretanto, e à semelhança do que sucedia com a Vila de Sortelha, a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, ditou o declínio da importância outrora fruída pelo seu sistema defensivo que nunca chegaria a ser ultimado, numa realidade reforçada pela ausência de confirmação do anterior (vide supra) foral, por parte de D. Dinis (1261-1325), contrariamente ao que ocorreu em Sortelha. Uma situação somente ultrapassada com D. Manuel I (1469-1521), que lhe outorgou novo foral, em 1510, como forma de incentivar o seu desenvolvimento económico e, por inerência, o seu povoamento.
É justamente a esta última etapa que remonta o "Pelourinho de Vila do Touro", erguido no largo da igreja matriz, construção de igual modo quinhentista.
É sobre soco formado por três degraus de planta circular que assenta a coluna de fuste com a mesma configuração - com base quadrangular - e capitel de secção circular coroado por peça de igual secção e uma segunda em forma de ábaco curvado, elementos estes encimados por pinha cónica.» (AMartins – DGPC)