O Sítio desenvolveu-se em torno da capela comemorativa do milagre que foi a salvação do alcaide-mor de Porto de Mós, D. Fuas Roupinho, por intercessão da Senhora da Nazaré, assim impedido de precipitar-se pela falésia abaixo quando perseguia um gamo em desenfreada caçada, gamo que não era senão a encarnação do Demónio.
Senhora da Nazaré que está na origem do Santuário do mesmo nome, erguido no local por nele ter sido redescoberta por pastores uma imagem da Virgem proveniente da Nazaré, na Judeia. O santuário ergue-se num largo rodeado de edifícios, o Terreiro da Romaria, com um airoso coreto, sendo constituído por uma igreja com dois corpos laterais, fazendo lembrar, mais modestamente, o Convento de Mafra. Merecem realce a talha e a estatuária existentes no seu interior.Adjacentes um Hospital, o edifício do antigo Paço Real e o teatro Chaby Pinheiro (1907). O antigo Paço, muito alterado, conserva ainda a galilé alpendrada assente em colunatas clássicas.
Neste largo ou Terreiro da Romaria existem vários estabelecimentos comerciando louça e vestuário artesanais, para além de restaurantes e cafés, um relembrando o antigo casino do Sítio.Artesanato típico da Nazaré, para além do vestuário das mulheres e dos pescadores, são os objectos miniaturais que reproduzem instrumentos e objectos de trabalho ligados à faina piscatória e marítima.
Visto das arcadas do santuário, o largo com as suas palmeiras têm um ar magrebino. Para além da Ermida da Memória, um cruzeiro dá conta da passagem de Vasco da Gama por este local, em peregrinação, antes e depois da sua viagem à Índia.
O Sítio, contrariamente a Pederneira, não estava sujeito à jurisdição do Mosteiro de Alcobaça mas sim à do Rei. (Notas de Viagem, 1997.10.31 e 1997.11. 01)
Muitas das aldeias e vilas alcobacenses se parecem com povoados alentejanos e esta parecença talvez provenha da presença dos árabes durante e há longos séculos. Presença atestada por topónimos como Aljubarrota, Alcobaça, Alvaiázere, Aljustrel, Alpedriz, Alfeizerão... e outros que facilmente se encontram no mapa. Aliás os topónimos Nazaré e Fátima terão nos árabes a sua origem remota. Muitas lendas da região envolvem enamoramentos de cavaleiros cristãos por filhas de alcaides mouros, que depois traíam, servindo-se delas como instrumento para conquistarem as fortificações nas mãos dos árabes.



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