Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A Vida no Monte da Arouca - UCP Soldado Luís (2)

Segunda-feira, 8 de Outubro de 2007

A Vida no Monte da Arouca - UCP Soldado Luís (2)

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Fotografias de Victor Nogueira


Alcácer do Sal - A Susana enxotando um cão


Alcácer do Sal - A Susana carregando a carteira da mãe, ao fundo, de casaco vermelho,
à frente da Senhora Catarina, de braço engessado.
O Rui tomando banho de alguidar (As casas dos trabalhadores rurais não tinham banheiro, nem sanita nem lavatório nem água corrente ou canalizada)


A Celeste com a Eva, uma das alunas, neta da Senhora Catarina.
O imenso lençol de água era dos arrozais, à espera de nascerem. Ao fundo, do outro lado do rio Sado, que se atravessava de bote chamando pelo barqueiro, fica a aldeia de Vale de Guiso, com apeadeiro de caminho de ferro a uns kms, tendo a igreja no ponto mais alto e destacado. A maior parte do rancho, a maioria mulheres, moravam na aldeia, que tinha melhores condições de vida. No monte, moravam o feitor e família, o Senhor Custódio e mulher (senhora Catarina) com duas filhas e uma neta e mais uma família cujo nome esqueci, para além da professora e do esposo fotógrafo, fim-de-semana-sim, fim-de-semana-não, alternado com Évora, onde ficava a nossa residência oficial. Mais de 2/3 das casas do monte estavam desabitadas.
Havia alunos da Celeste que nunca tinham ido à Vila, a uma dezena de km, e que ficaram abismados quando viam o comboio pela 1ª vez, um monstro para eles. O Renault 4 ficava com a Celeste, para ir à Vila ou para Évora, ou para ir-me buscar à Rodoviária, em Alcácer, nos fins-de-semana que me calhavam.
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