Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 20 de junho de 2020

Santuários 11 - Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria (Ourém)

* Victor Nogueira

1998
Rezam os catrapácios e uma lenda local que o topónimo Fátima seria o nome duma jovem moura raptada por um cristão que, ao baptizar-se, teria adoptado o nome de Oriana, donde provém o nome de Ourém, sede do município. Aqui, nesta região desolada, sobre uma azinheira e por vários meses, em 1917, a Virgem Maria teria aparecido a três pastorinhos, o que deu origem ao enorme santuário e a peregrinações de gentes de todo o Portugal e mesmo do estrangeiro. Lugar de peregrinação cristã e católica, em polémica recente deram conta os jornais de pretensões para que viesse a ser também um local de peregrinação e devoção maometanos. (Notas de Viagem, 1997)

Povoação muito desenvolvida com prédios altos. Edifício do Exército Azul, nas trazeiras da Basílica, com cúpulas que parecem minaretes. Deste local uma outra visão  do Santuário, vista a torre sineira de trás. Praticamente desde o seu início tornou-se um centro mariano na cruzada mundial anti comunista.

Duas rotundas amplas cada uma com enormes conjuntos escultóricos sobre os pastorinhos. Não fui ao santuário e não sei se ainda restam as pequenas casas  brancas vendendo inúmeros adereços religiosos que a minha memória guarda. (Notas de Viagem 1998.09.11)
  1963
1949
[EM MONTE REAL]   De manhã nada fiz. À tarde fomos todos a Fátima e à Batalha. (…) 

De manhã tinha dito à Lili e à tia Esperança que tal achavam um passeio à Batalha. Falaram com o avô Luís e depois de almoço lá fomos. A caminho de Leiria resolveu-se ir primeiro a Fátima. Passámos por Leiria, que é bastante acidentado, com um pitoresco castelo no monte. 

Em Fátima vi moinhos de vento. O Santuário é qualquer coisa de magnificente. Estive lá em 1949/50, mas só me lembro do chão muito enlameado e duma casa, que talvez fosse da Capelinha das Aparições. (1)

A Igreja é enorme e bonita. Vi o órgão que é um dos melhores se não um dos melhores da Europa. Também vi a azinheira da Virgem. Só conhecia Fátima das transmissões directas da RTP. (...) 

De Fátima fomos à Batalha, ver o Mosteiro (Diário III 1963.09.02)
~~~~~~~~~~~~

(1)  Da estadia em Portugal EM '49 / ' 50 lembro-me apenas dalgumas cenas em casa dos meus avós paternos, no 44 da Travessa da Carvalhosa, e duma ida a Fátima, enlameada, em dia de chuva com imensos peregrinos, arrastando-se de joelhos, e duma torneira na berma do caminho, a pingar água.



(Foto Armanda Meles)


                  (Foto jl castro ferreira)


1959
As fotos reportam-se  às férias que a minha mãe o o meu irmão Zé Luís passaram em Portugal em 1959




fotos de família - em Fátima, na esplanada da pensão, em 1959 09 11 - VER  1959 - Férias em Portugal


Fátima na Filatelia








Sem comentários: