Kant_O_Photomático: Murais e grafitos em Setúbal 134

Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 12 de junho de 2021

Murais e grafitos em Setúbal 134 - Rua Camilo Castelo Branco

* Victor Nogueira

Foram demolidas as ruínas da antiga fábrica de conservas de peixe que existia no gaveto da Rua Camilo Castelo Branco com a Estrada da Graça cujas paredes eram uma memória não destoante que poderia talvez ter sido conservada. Ficou no entanto a vista mais ampla, embora limitada pelo viaduto das Fontainhas a visão do observador que busque alcançar a Serra e o Estuário. A zona já fora objecto de publicação, designadamente em Murais e grafitos em Setúbal 131 - Rua Camilo Castelo Branco Desde 2018 novos murais e grafitos substituem outros, um deles do Colectivo Explicit Citizens. A pintura dos pilares de suporte do viaduto eliminou os grafitos ali existentes, publicados em Murais e grafitos em Setúbal 130 - Hatori.Pablo III, Pabblo e Pablo1.

Cruzam-se comigo jovens que regressam da praia, um homem de tronco nu, calções e toalha em torno do pescoço passa por mim e sobe a rua, um outro com a bicicleta pela mão, talvez para ascender pelo jardim, encosta acima. Algumas pessoas entram nos carros estacionados à sombra do frondoso arvoredo. Na estação da EDP alguém pichou: "Let the rich pay for covid", ao lado de tags de glem e dos anarquistas, entre duas outras, que não consigo decifrar.