* Victor Nogueira
2021 06 11 Foto victor nogueira - Grafito com as expressões "I don't give a fuck", "Thug life" na Avenida Francisco Fernandes, no Bairro da Belavista, em Setúbal (foto em 2017 08 09 Canon 146_08)
Thug life é uma expressão em inglês que significa “vida bandida”, na tradução literal para a língua portuguesa.
Porém, de acordo com o criador desta expressão, o rapper norte-americano Tupac Shakur, o thug life é um estilo de vida das pessoas que enfrentam muitas adversidades ao longo da vida, mas que nunca desistem de lutar pelos seus objetivos e sonhos.
A partir deste ideal, Tupac criou um movimento social que ficou conhecido por Thug Life, que tinha como principal objetivo fazer com que houvesse um “código de conduta e respeito” entre os criminosos e as comunidades.
No entanto, esta expressão, que foi criada na década de 1990, popularizou-se principalmente entre os gangsters e mafiosos americanos, deturpando o sentido que defendia Tupac Shakur. (https://www.significados.com.br/thug-life/)
A palavra Thug Life em tradução livre significa Vida Bandida, entretanto a sigla em inglês ganhou um significado mais profundo no movimento, as palavras "Thug" e "Life" eram formadas por letras iniciais de palavras que formavam frases de protesto.
A letra T é a inicial da palavra "The", o H é a inicial de "Hate", o U cuja pronúncia em inglês é exatamente idêntica a palavra "You", o G de "Give" , o L de "Lil'" que é o diminutivo de "Little", o I de "Infants", o F de "Fuck" e o E de "Everyone".
Formando assim a frase: "The Hate U Give Lil’ Infants Fucks Everyone" tradução ao português:" O ódio que você passa para as crianças fode todo mundo". (https://pt.wikipedia.org/wiki/Thug_Life)
VER Murais e grafitos em Setúbal 113 - Ana Quintino, TvFer, Utopia e Vitó
2014 06 11 foto victor nogueira - alcácer do sal - casas típicas do rio Sado para jusante
a minha memória não era uma manta de retalhos
cada vez mais esfiapados
em farelos
Tudo e todos apareciam nos seus lugares
com nitidez
Hoje sou menos jovem
e a história e o passado estão cada vez mais esmaecidos.
No tempo em que eu era mais jovem
o meu rosto era risonho
e o teu olhar cintilante;
caminhávamos lado a lado
As ruas da cidade eram largas e desassombradas
e tu a serei-a dos meus encantos.
Santa Maria dos travesseiros e das travessuras,
tanto que gostámos um do outro
tanto que de ti gostei
e escrevo no passado porque o futuro nunca se realizou.
Se hoje me sentasse perante mim
não reconheceria o jovem que fui nos vinte anos que tive
hoje com as olheiras das noites mal dormidas
e o rosto baço;
apenas os olhos continuam a sorrir com o brilho das pupilas
apenas iguais as finas rugas ao canto dos olhos.
A cidade não cresceu
manteve-se igual a si mesma
pequena, mesquinha, de vistas curtas
sem a vastidão das plagas africanas onde o horizonte estava para além do infinito e tudo era nítido e contrastante
sem meias águas
De abril e das manhã límpidas a grandeza do sonho
da claridade logo ali,
generosa e cintilante ao virar da esquina, ao alcance da mão e no sorriso duma criança, nada mais resta
foram-se as águas e ficaram as mágoas
sem anáguas
No tempo em que éramos jovens
as ilusões não eram mil paredões amortecidos com a dureza duma rocha!
Ainda haverá esse dia que seja alvorada e não cerrada noite?
Quem está por detrás das palavras, das máscaras?
Quem está sem assombro para lá do proscénio?
Quem mora em nós?
Porque azedou a suavidade do nosso riso cristalino e porque nos afogamos na mansidão das águas revoltas?
No tempo em que éramos jovens o futuro não era uma vereda nem a memória uma rede de interstícios
A vida era feita de portas e janelas abertas ao sol, ao vento, à chuva, à brisa ….
Hoje que já não somos jovens
que esperamos um do outro ?
De que cor são ás águas ?
Águas-mil, águas-fel, águas-mel, águas ardentes?
Que esperamos das ondas que morrem na areia da praia?
“Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas”
Cada dia que surge é sempre o 1º dia do resto das nossas vidas!
E cada vez menos são os primeiros dias após cada dia que passa para lá desta noite.
Haverá dia em que a noite se torne ainda alvorada alvoreada,
para além do (es)correr da fina areia que no cerca e soterra ?
De quantos rios e risos se faz o mar
e sobre que ondas as gaivotas se fazem ouvir para além do canto da cotovia?
No tempo em que éramos jovens …
,,, era límpido e generoso o futuro !
E hoje ?
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