Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Fortificações 34 - Lisboa e a Torre de S. Vicente, em Belém

 * Victor Nogueira / JJ Castro Ferreira

Quem olha para esta fortificação, edificada em 1514, dum rendilhado tão delicado e sedutor, apesar da sua altaneira e anacrónica torre de menagem, não tem consciência do poder terrífico que a Torre de S. Vicente, em Belém, apresentava aos navios que entravam na barra do Rio Tejo, erguida no que então era um ilhéu, com poder de fogo a rasar as águas cruzado com o da Torre Velha, ou de São Sebastião da Caparica (1481) e com o da Torre de Santo António de Cascais (1488). Com a ocupação filipino perdeu a sua importância militar com a construção doutras fortificações, passando os antigos paióis a masmorras.

Para lá de fotos de minha autoria e do meu tio José João, estas assinaladas com (*), reproduzem-se outras iconografias não fotográficas da Torre de Belém

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Santuário de Nossa Senhora do Bom Sucesso com o Menino, também conhecida como a Virgem do Restelo ou "Virgem das Uvas".



No fundo o Padrão dos Descobrimentos, baseado no da Exposição dos Centenários, em 1940






Ponte 25 de  Abril e Cristo-Rei


Torre de Belém e Forte do Bom Sucesso (Museu do Combatente)


Monumento da travessia do Atlântico sul, em 1922, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral


1963

Após o almoço seguimos pela Avenida Marginal até à Torre de Belém. Visitámos tudo, desde a torre até às masmorras, que são parecidas com as do Forte de S. Pedro da Barra,  em Luanda: frias e húmidas. Visitámos o Museu dos Coches, que também me agradou. (...) O avô Luís já não teve disposição para vermos o Mosteiro dos Jerónimos. (...)  Vi também a Casa dos Bicos  e os pilares da Ponte sobre o Tejo. [1]  (...) O tempo tem estado muito quente, mas hoje à tarde esteve chuvoso e à noite também: é uma espécie de "cacimbo" (1963.09.10 - Diário III)

[1] - A construção da Ponte Salazar, rebaptizada em 25 de Abril, obrigou ao desalojamento forçado dos  habitantes da zona de Alcântara em que assentaram os seus pilares, dum modo não menos desumano do que o utilizado pelo Marquês de Pombal relativamente aos pescadores da Trafaria e de Santo António da Arenillha, noutro tempo e na outra margem. (1998.Maio)

1998

Esta zona dos Jerónimos é bastante aprazível, relvada, um espaço amplo cheio de gente, especialmente aos fins de semana. As pessoas passeiam, jogam à bola com os miúdos, ou observam o rio, muitas dentro dos carros. A Torre de Belém com o seu rendilhado em pedra, de modo algum parece que alguma vez teve funções bélicas, ao contrário talvez da sua irmã arruinada e perdida no meio das estevas, na outra margem, em Porto Brandão. Persistem dois testemunhos da Exposição do Mundo Português (1940): o monumento aos descobrimentos e o edifício do Museu de Arte Popular. Manuelino, como a Torre, é o Mosteiro dos Jerónimos, filigranado na parte oriental. Aliás aqui coexistem testemunhos de épocas várias, aos quais se podem juntar o Planetário Vasco da Gama e o Centro Cultural de Belém, este lembrando uma construção dos povos andinos. (...)  Perto da Torre de Belém encontra se uma réplica em tamanho natural do avião utilizado por Coutinho e Cabral na travessia do Atlântico Sul, cujo original jaz perto, no Museu da Marinha. De Belém alcançaram nomeada os pastéis de nata, cuja fórmula é segredo transmitido de geração em geração, procurados por longas filas de passeantes, que os comem ou não polvilhados de açúcar e canela. (Notas de Viagem, 1998.Maio)  

VER

Lisboa e Torre de Belém


fotos em 1975, 1988, 1998 e 2013
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Lotaria Clássica 2004 - Série Monumentos Históricos

Papel moeda - 20 $ 00 - 1978


CTT - inteiro postal


CTT - 1972 - Paisagens e Monumentos (1ª série)





CTT - 2015 - 500 anos da Torre de Belém
                                                                                                                                                                                          

Correios de França - bloco filatélico composto por quatro selos que reproduzem o Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos e uma rua do Bairro Alto. Emitido em 2009 no encerramento  do 63º Salão Filatélico de Outono



Monnaie de Paris - 2019 - Emissão comemorativa dos 500 anos da Torre de Belém e dos 550 do nascimento de Vasco da Gama

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