Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

fontenários e chafarizes 19 - Alcobaça

 * Victor Nogueira

Do concelho de Alcobaça apenas tenho digitalizados alguns rolos, e nesses constam fotos de fontenários em Maiorga e em Cós, vilas que foram dos coutos do Mosteiro de Alcobaça. Tais fontenários, de enorme simplicidade, são obras da Ditadura Nacional, segundo lápides que alguns ainda ostentam, edificados nos anos '30 de século XX.

Maiorga

Um minúsculo largo é o centro desta antiga vila, onde se encontram o pelourinho (que lhe dá o nome), a antiga igreja da Misericórdia ou do Espírito Santo, com o seu portal manuelino, hoje desactivada e que foi entretanto escola de música, mesmo ao lado da sede do clube da terra (Sociedade Filarmónica de Maiorga) e do edifício da nova igreja, de S. Lourenço, com o seu adro arborizado, templo despretensioso, com um relógio de sol na fachada principal e um altar barroco.

Neste mesmo largo um fontanário com azulejo de Santo António tem a inscrição de que se trata duma Obra da Ditadura (1933), como aliás consta dum outro mais pobre existente noutro largo, isto sem falar num cruzeiro dedicado Ao Portugal Eterno e num memorial aos combatentes do Ultramar (1993), este no Largo dos Combatentes.

Não obstante estes testemunhos, a rua principal denomina-se do 25 de Abril e nela existe uma casa em cuja fachada figura um painel de azulejos representado o aviso Afonso de Albuquerque, talvez o que foi afundado na chamada Índia Portuguesa quando da invasão pela União Indiana. (NOTAS DE VIAGEM, 1998.02.21/22)  


Chafariz de Santo António, no Largo do Pelourinho



Castanheira de Cós

Entre Castanheira e Chãos de Aljubarrota, a dois km de Cós, encontra‑se uma capela da Senhora da Luz, alpendrada, aqui se realizando as festas da Senhora da Luz ou dos pinhões, em 16/17 de Novembro.  Em Chãos de Aljubarrota um painel de azulejos na fachada dum largo desafogado reproduz uma igreja (Ermida de N. Sra. das Areias). No campo um burrico pasta calmamente. Ninguém sabe que ali foi a batalha de Aljubarrota, o que não admira, pois verifiquei posteriormente ser engano meu. (Notas de Viagem, 1998.02.22)




rolos 229 e 230


VER

Sociedade Filarmónica Maiorguense


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