* Victor Nogueira
Num tempo em que não havia água canalizada nrm abastecimento público, esta era fornecida através das barricas ao ombro dos "galegos" ou dos escravos, os "aguadeiros", ou transportadas em carroças, vendidas de porta em porta, ou por recurso a fontes, bicas e chafarizes, na via pública, estes por vezes associados a um lavadouro público, quando não se recorria à lavagem da roupa nas margens de rios e ribeiras. Nas minhas deambulações fotografei alguns desses lavadouros públicos, desta nota constantes, com alguns postais ilustrados sobre este tema. Muitos lavadouros estão junto a chafarizes, como os de Leião (Oeiras), Santo Estevão Sabugal) ou Aldeia de Oleiros (Azeitão)
Angola (Rio Lucala ?) (foto jjcf)
Leião (Oeiras) lavadouro público estrada do Cacém
Monte da Arouca (Alcácer do Sal) 1975
Oleiros (Azeitão) Lavadouro público
Santo Estevão (Sabugal) fonte e lavadouro público 1937 (rolo 363)
Santo Estevão - Fotos a bica com duas fontes e lavadouro público, coberto, “obra de 1937 do Professor Joaquim Manuel Martins Nabais”. No mesmo largo e mais acima uma pequena capela com galilé, granítica e de janelas ogivais, com uma torre de menagem, com arco aberto. Há muitas casas novas, o que demonstra alguma riqueza, mas de mau gosto. Há muitas bicas pelas ruas. Para SE de Sabugal é a Serra da Malcata, que “conheço” dos autocolantes “Salvem o tigre da Serra da Malcata” (Notas de Viagens 1998.07.12)
Vila Nogueira de Azeitão - Lavadouros públicos
Goios (Barcelos)
Postais ilustrados e gravuras
Angola Rio Cuanza 1972 03 25 Luanda Rio Cuanza lavadeiras postal ilustrado de MENS
Porto 1973 03 30 Porto Lavadeirras MCG postal ilustrado
1903 ~ Tinta-da-china s/ papel - Dimensões: 230 X 310 mm - MC.DES.1818.183
PALÁCIO PIMENTA - Desenho de aguadeiro transportando um barril às costas, inserido no álbum Originaes dos desenhos da obra “Lisboa”, de Alfredo Mesquita. Editada em 1903 e executada sob a direcção de Alfredo Roque Gameiro, contou com a colaboração de Alberto de Sousa, António Ferreira Quaresma, António Santos Silva (Alonso), Francisco Voigt, Francisco Xara, José Affonso Vieira, Manoel Gameiro e Vicente Baldaque da Silva Ardisson.
Os aguadeiros são, no séc. XIX, uma das figuras típicas de Lisboa. Maioritariamente de origem galega, oriundos de Tui e Pontevedra, iam buscar água aos chafarizes, que depois apregoavam pelas ruas. Com a captação das águas do Alviela e a fundação da Companhia das Águas de Lisboa em 1868, o número de aguadeiros na cidade foi diminuindo, até desaparecerem por completo.
Os "aguadeiros", vendedores de água - Brasilian Souvenir Rio de Janeiro: Ludwig & Briggs, 1845
in https://martaiansen.blogspot.com/2014/10/aguadeiros-escravos-vendedores-de-agua.html
1972 09 13 Lisboa MCG postal ilustrado
Cá estamos novamente para um passeio pela Alfama. O que me chamou a atenção neste postal é a vida que ele contém! Alfama será um bocado isto: as ruas estreitas, as sacadas floridas, as gaiolas penduradas, a roupa estendida à janela, a mercearia com batata nova a 2$00 o kg [1972]. Lá estão também os miúdos que brincam, o homem da pipa (será o aguadeiro ?), a mulher com a criança ao colo, mais pessoas na sombra... E até não falta a torre sineira duma igreja que não identifico! (MCG - 1972.09.13)
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