Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mostra Jovens olhares



Exposição em cartaz no Museu de Arte Sacra vai até fevereiro e reúne fotografias de alunos das escolas Cesário Neto e Nilo Póvoas

Claudio de Oliveira Da Reportagem
As opções de entretenimento durante as férias ou durante este recesso branco de final de ano diminuem na proporção que aumentam as horas vagas. Os shoppings estão cada vez mais insuportáveis e os museus podem ser uma boa saída para quem quer alimentar o espírito.

O Museu de Arte Sacra (MAS) está com uma exposição muito especial em cartaz: Jovens Olhares. Na mostra é possível apreciar o registro fotográfico dos alunos das escolas Cesário Neto e Nilo Povoas. Certamente ambos os mestres ficariam muito felizes com o resultado exposto no MAS.

A exposição Jovens Olhares vai até fevereiro, com entrada gratuita. Reúne 44 fotografias do Centro Histórico de Cuiabá. Para chegar a este resultado foram ministradas duas oficinas, uma com o fotógrafo André Rondon que também assina a curadoria e uma com a jornalista e fotógrafa Isa Sousa. Com vinte horas aula cada uma, foram beneficiados em torno de 35 estudantes. A primeira parte da oficina enfocou reportagens e ensinamentos sobre blog, que foi muito receptiva aos alunos, que viam nessa ferramenta uma forma de se expressar. “Quase todos tem Orkut e com a realização da exposição e do livro eles ficaram empolgados em participar”, explicou Anderson. Ele também disse que hoje a intenção é buscar uma educação 2.0, que seria mais participativa, o que facilmente nos remete ao educador Paulo Freire.

Na exposição também encontramos um varal de poesias que reúne mais de 40 poemas escritos pelos estudantes das escolas contempladas pelas oficinas. O projeto completou cinco anos de atividades atendendo ao todo 323 alunos nas escolas estaduais Raimundo Pinheiro, Ferreira Mendes, Nilo Póvoas e Cesário Neto, localizadas em Cuiabá. Possui dois livros publicados, e no final de 2008 foi contemplado pelo Prêmio Pontinho de Leitura que dispõem de um espaço equipado e com mais de 500 títulos em diversas categorias de literatura Brasileira, infanto-juvenil e Infantil, além de gibis que dão suporte ao trabalho desenvolvido.

As fotos demonstram a ingenuidade do olhar sobre o Centro Histórico de Cuiabá e o entorno dos seus colégios. Infelizmente o projeto não dispunha de câmeras fotográficas profissionais para os alunos e nem amadoras o suficiente para que praticassem ao mesmo tempo. Com duas câmeras amadoras e uma profissional de cada um dos oficineiros o resultado é animador e as perspectivas ampliam-se na medida em que para o próximo ano estão garantidas três máquinas Nikon profissionais.

Segundo Anderson a fotografia foi mais fácil que a poesia. Acreditamos que os jovens atualmente recebem uma formação visual antes e por um período mais intenso que a formação verbal. A televisão, a internet e as câmeras de celular estão cada vez mais sendo interiorizadas ao ponto da linguagem visual se sobrepor à escrita, pelo menos na familiaridade que a juventude tem com ela.

As fotos foram feitas na Casa Barão de Melgaço, Palácio da Instrução, Museu Histórico de Mato Grosso, Museu de Arte Sacra, Igrejas, Praças e ruas do Centro Histórico de Cuiabá.

Oficineiros

A produção poética ficou sob a tutela do poeta da transmutação Antônio Sodré e do poeta Neneto. A criação e designer de blog com Anderson Monstrinho e a oficina fotográfica com André Rondon e Isa Sousa. Em tempo alguns professores das escolas participantes também deitaram no chão para produzir as suas fotos e ampliar o seu conhecimento. 

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=385477
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