Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 2 de maio de 2010

Lisboa Modernista e Moderna, 1930-40 a 2000 (José M. Fernandes)

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LISBOA MODERNISTA:1930 - 1940
Com a afirmação do Estado Novo, regime autoritário iniciado em 1926 e institucionalizado desde 1930, inicia-se uma nova fase da cidade, com forte investimento das infra-estruturas modernas,
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nos equipamentos e no planeamento e urbanização estruturada da urbe. Só então Lisboa entra  decisivamente no Século XX. Na década de 1930 (e parte da de 40) pode falar-se de uma "Lisboa do Estado Novo", assente na chamada "Política de Obras Públicas" levada a cabo pelo ministro e presidente da câmara Duarte Pacheco – com os primeiros Planos de Conjunto, os Novos Bairros
e uma arquitectura Modernista e Art Deco, inovadora e internacionalista. 
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LISBOA DO PORTUGUÊS SUAVE:1940 - 1950
Com o desenrolar da II Guerra Mundial, e o tempo seguinte da "Guerra Fria", o Regime político de Salazar resiste e persiste, mas em termos culturais e urbano-arquitectónicos vai progressivamente enquistar-se e fechar-se em métodos de planeamento e formas arquitectónicas do passado, tradicionalistas, retrógradas. 
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Lisboa exprime, mais do que qualquer cidade portuguesa, esta imagem de fechamento e "tristeza de fado" – e serve então, contraditoriamente "provinciana e imperial", de exemplo para muitas outras, de Norte a Sul, dos Açores e Madeira a Luanda e Macau. 
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Afirma-se uma "Lisboa Oficial", das fachadas neo-clássicas e neo-barrocas – servida por toda a panóplia da arquitectura neo-tradicionalista e reaccionária, desde os telhados em coruchéu, a imitar, nostálgicos, as igrejinhas da província rural, até à esfera armilar nos torreões, símbolo do Império quase perdido. 
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Mas em paralelo, e sobretudo a partir da segunda metade dos anos 1950, a par de um certo "espírito de desanuviamento" mundial, vai crescer a possibilidade de uma "Lisboa "inovadora",apoiada pela Câmara mais esclarecida, servida por um urbanismo e arquitectura de transição, entre o tradicional e o moderno, criando novos bairros e espaços de lazer em parques e jardins.
José Manuel Fernandes



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