Nahima Maciel .
Publicação: 18/08/2010 07:00 Atualização: 18/08/2010 08:19
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Uma boa foto consome menos de um segundo da câmera, mas pode levar o dia inteiro de um fotógrafo. Ficar à espreita da imagem que traduz um fato com mais clareza, objetividade e até poesia é coisa que começa na mente muito antes de chegar ao display digital. Por isso, há muito para contar sobre as 64 imagens selecionadas por Luis Tajes para a projeção que reúne fotógrafos do Correio Braziliense, na sexta-feira, no Sesc-Ceilândia.
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Repressão policial registrada no flagrante histórico de Monique Renne |
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Inserida na programação do Mês da Fotografia — que leva ao espaço exposições de fotógrafos da cidade —, a projeção aborda curiosidades do fotojornalismo e apresenta ao público como se dá o processo de busca e construção de uma imagem jornalística. “As fotos contam o dia a dia da cidade”, avisa Tajes, editor de fotografia do Correio. “Há de coisas belíssimas, como o pôr do sol, até trânsito, imagens de sequestro e esportes. É a rotina de um fotojornalista.”
O protesto político está presente especialmente nas imagens de Paulo de Araújo, Iano Andrade e Monique Renne. Jovens que manifestavam em frente à Câmara Legislativa durante a eleição do “governador-tampão”, em abril, renderam as imagens dos policiais munidos de cassetetes captadas por Andrade. Quatro meses depois, Monique registrou um manifestante ajoelhado em frente à cavalaria da polícia no Palácio do Buriti. Na imagem de Araújo é o povo quem incendeia caixas de papel para reclamar do atraso dos ônibus em frente à Rodoviária.
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Criança dorme em meio ao lixo, na foto de Rafael Ohana |
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A brutalidade é tema de foto de Breno Fortes, que registrou o momento em que um presidiário levanta a faca para atingir uma refém, em Samambaia. A violência está em primeiro plano na foto da criança que dorme em meio ao lixo, captada por Rafael Ohana, e nas crianças que assistem à derrubada de barracos no Riacho Fundo, em foto de Bruno Peres. Mas há também alguma ironia e certa poesia na seleção. Um pôr do sol ao lado da Ponte JK, registrado por Kléber Lima, ou José Sarney dividindo a foto com o traseiro de uma senhora durante cerimônia de entrega do anteprojeto do novo Código de Processo Civil, na foto de Edilson Rodrigues, são alvos inevitáveis de sorrisos.
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José Sarney em situação desconcertante, por Edilson Rodrigues | . |
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Durante a projeção, alguns fotógrafos participam do evento para comentar as imagens. “O interessante será discutir com quem não conhece como esse material é feito. Um fotógrafo, às vezes, passa um dia para conseguir uma imagem”, diz Tajes. Participam ainda da projeção Daniel Ferreira, Ronaldo de Oliveira, Cadu Gomes, Carlos Moura, Zuleika de Souza, Adauto Cruz, Gustavo Moreno e Marcelo F.
MÊS DA FOTOGRAFIA
Projeção de fotografias de repórteres do Correio Braziliense. Sexta-feira, às 20h, no Sesc/Ceilândia.
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« » Caseiro caminha em pier na QL 26 do Lago Sul, quase submerso pelas águas do Lago Paranoá
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. Nahima Maciel
Publicação: 18/08/2010 07:00 Atualização: 18/08/2010 08:19
Uma boa foto consome menos de um segundo da câmera, mas pode levar o dia inteiro de um fotógrafo. Ficar à espreita da imagem que traduz um fato com mais clareza, objetividade e até poesia é coisa que começa na mente muito antes de chegar ao display digital. Por isso, há muito para contar sobre as 64 imagens selecionadas por Luis Tajes para a projeção que reúne fotógrafos do Correio Braziliense, na sexta-feira, no Sesc-Ceilândia.
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Repressão policial registrada no flagrante histórico de Monique Renne |
Inserida na programação do Mês da Fotografia — que leva ao espaço exposições de fotógrafos da cidade —, a projeção aborda curiosidades do fotojornalismo e apresenta ao público como se dá o processo de busca e construção de uma imagem jornalística. “As fotos contam o dia a dia da cidade”, avisa Tajes, editor de fotografia do Correio. “Há de coisas belíssimas, como o pôr do sol, até trânsito, imagens de sequestro e esportes. É a rotina de um fotojornalista.”
O protesto político está presente especialmente nas imagens de Paulo de Araújo, Iano Andrade e Monique Renne. Jovens que manifestavam em frente à Câmara Legislativa durante a eleição do “governador-tampão”, em abril, renderam as imagens dos policiais munidos de cassetetes captadas por Andrade. Quatro meses depois, Monique registrou um manifestante ajoelhado em frente à cavalaria da polícia no Palácio do Buriti. Na imagem de Araújo é o povo quem incendeia caixas de papel para reclamar do atraso dos ônibus em frente à Rodoviária.
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Criança dorme em meio ao lixo, na foto de Rafael Ohana |
A brutalidade é tema de foto de Breno Fortes, que registrou o momento em que um presidiário levanta a faca para atingir uma refém, em Samambaia. A violência está em primeiro plano na foto da criança que dorme em meio ao lixo, captada por Rafael Ohana, e nas crianças que assistem à derrubada de barracos no Riacho Fundo, em foto de Bruno Peres. Mas há também alguma ironia e certa poesia na seleção. Um pôr do sol ao lado da Ponte JK, registrado por Kléber Lima, ou José Sarney dividindo a foto com o traseiro de uma senhora durante cerimônia de entrega do anteprojeto do novo Código de Processo Civil, na foto de Edilson Rodrigues, são alvos inevitáveis de sorrisos.
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José Sarney em situação desconcertante, por Edilson Rodrigues |
Durante a projeção, alguns fotógrafos participam do evento para comentar as imagens. “O interessante será discutir com quem não conhece como esse material é feito. Um fotógrafo, às vezes, passa um dia para conseguir uma imagem”, diz Tajes. Participam ainda da projeção Daniel Ferreira, Ronaldo de Oliveira, Cadu Gomes, Carlos Moura, Zuleika de Souza, Adauto Cruz, Gustavo Moreno e Marcelo F.
MÊS DA FOTOGRAFIA
Projeção de fotografias de repórteres do Correio Braziliense. Sexta-feira, às 20h, no Sesc/Ceilândia.
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