Kant_O_Photomático: Ferrovias 12 - Setúbal - Estação ferroviária da Praça do Brasil

Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Ferrovias 12 - Setúbal - Estação ferroviária da Praça do Brasil

* Victor Nogueira

Acidentalmente descobri um outro acesso à Estação Ferroviária Central de Setúbal, pelas Azinhaga dos Trabalhadores e Travessa da Cerâmica, com painéis de azulejos que desconhecia, de autoria de Joana da Motta Guedes. Desse lugar sobranceiro avista-se a linha férrea e podemos ver passar os comboios, como no romance homónimo de Georges Simenon.

Estes que vi passar e filmei eram de mercadorias, com poucos vagões, e não "quilométricos" como os que na passagem de nível do Poceirão me obrigavam a esperar infindáveis e larguíssimos minutos até que finalmente acabassem de desfilar perante os olhos dos mais ou menos im/pacientes automobilistas.

O Parque de estacionamento automóvel com acesso pela Rua da Tebaida encontra-se grafitados o que dá à envolvente um ar desolado e agreste. Praticamente deserto de automóveis, poucas eram as pessoas que, vagarosa ou apressadamente, entravam ou saíam da estação, a maioria jovens, talvez estudantes.