Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Coimbra e o Portugal dos Pequeninos

 * Victor Nogueira

Coimbra é para mim, vindo de Lisboa, uma comprida ponte passando ao lado do Convento de Santa Clara, semienterrado no lodo, e, lá no cimo, a torre sineira da Universidade, no local onde outras terras têm o castelo. Coimbra é também o rio Mondego reduzido muitas vezes a um miserável fio de água, e bancos de areia. Contornava-se a baixa, paravase -numa arborizada avenida à beira-rio para almoçar num dos restaurantes e raramente houve tempo para subir à Universidade, com um magnífico miradouro, para deambular pelo Choupal ou pela Lapa, celebrizados pelos fados coimbrões, ou para visitar o Portugal dos Pequeninos, reprodução em miniatura de casas tradicionais portuguesas, de monumentos ou os pavilhões com artesanato e artefactos das colónias e baseados na arquitectura destes territórios, ao tempo províncias ultramarinas, em manifestação típica imbuída dos valores do Estado Novo. (Notas de Viagem, 1997)





Fotos em 1988 Páscoa

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