Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

em Fátima, nas Férias Grandes de 1963

* Victor Nogueira




foto victor nogueira - em Fátima, nas Férias Grandes de 1963

[EM MONTE REAL] De manhã nada fiz. À tarde fomos todos a Fátima e à Batalha. (…) 

De manhã tinha dito à Lili e à tia Esperança que tal achavam um passeio à Batalha. Falaram com o avô Luís e depois de almoço lá fomos. A caminho de Leiria resolveu-se ir primeiro a Fátima. Passámos por Leiria, que é bastante acidentado, com um pitoresco castelo no monte. 

Em Fátima vi moinhos de vento. O Santuário é qualquer coisa de magnificente. Estive lá em 1949/50, mas só me lembro do chão muito enlameado e duma casa, que talvez fosse da Capelinha das Aparições. (1)

A Igreja é enorme e bonita. Vi o órgão que é um dos melhores se não um dos melhores da Europa. Também vi a azinheira da Virgem. Só conhecia Fátima das transmissões directas da RTP. (...) 

De Fátima fomos à Batalha, ver o Mosteiro (Diário III 1963.09.02)
~~~~~~~~~~~~

(1)  Da estadia em Portugal EM '49 / ' 50 lembro-me apenas dalgumas cenas em casa dos meus avós paternos, no 44 da Travessa da Carvalhosa, e duma ida a Fátima, enlameada, em dia de chuva com imensos peregrinos, arrastando-se de joelhos, e duma torneira na berma do caminho, a pingar água.

Sem comentários: