Kant_O_Photomático: Azulejaria civil em Setúbal 08

Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Azulejaria civil em Setúbal 08 - o antigo cinema Bocage

* Victor Nogueira

A esmagadora maioria das principais casas de espectáculos da cidade de Setúbal, de que se indica a data da respectiva abertura, encerraram, umas em ruína, como o Casino Setubalense (1920) quando não demolidas (Cine-Esplanada Variedades) (1950), outras conservando apenas a fachada, como o Grande Salão Recreio do Povo (1920) ou com outras utilizações: o Júpiter (1978 a 1992), actual templo duma igreja protestante, o Bocage (1979 ?), encerrado nos anos '90, hoje estabelecimento comercial. Adquiridos pela autarquia mantêm-se o Charlot (como Auditório Municipal, desde 1998 com programação cinematográfica alternativa), e o antigo Cine-Teatro Luísa Todi (1960), profundamente remodelado e que é presentemente o polivalente Forum Municipal Luísa Todi. Assisti a espectáculos em todos as atrás referidos com excepção do Grande Salão, embora creio ainda funcionasse quando vim para Setúbal. Ao Casino fui apenas uma vez, quando já na fase do hard-core,insólita e surpreendentemente exibiu um filme de Polanski: Por favor não me mordam o pescoço.

Inaugurado nas últimas décadas, existe o Auditório Municipal José Afonso. Há outros pequenos espaços cénicos ou salinhas de espectáculos mais recentes ou mais antigos, mas esta não é um verbete enciclopédico.

Se o Grande Salão Recreio do Povo, acima, se distinguia pelo trabalho elaborado da sua fachada, o Bocage, instalado num dos primeiros centros comerciais da urbe, distinguia-se pelos seus cinco painéis de azulejos "retratando" actividades económicas, a cidade de Setúbal, personalidades e património edificado relacionados com a região de Setúbal e Azeitão, da autoria de Louro de Almeida e Rogério Chora, em 1979.

Cinema Bocage, no Centro Comercial do Bonfim

Painel nº 1- património edificado

O Convento de Jesus

Os 3 Castelos: Forte de S. Filipe, Castelo de Sesimbra e Castelo de Palmela - o Convento Novo, na Arrábida, e os Palácios da Bacalhoa e da Quinta da Torre, em Azeitão

O Forte de S. Filipe e o Convento Novo, ambos na Serra da Arrábida

Os 3 Castelos

Castelo de Palmela e Palácios da Bacalhoa e da Quinta da Torre, em Azeitão

Painel nº 2 - actividades económicas

No painel distinguem-se os estaleiros navais e as actividades ligadas à pesca, ptodução fabril e portuárias, para além dos transportes ferroviários

Painel nº 3 - a cidade se Setúbal

Porta medievl de S. Sebastião, edifícios antigos e modernos, estátua de Bocage, Fonte do Centenário, Paços do Concelho e ruínas romanas de Tróia, ligadas ao Museu de Arqueologia e Etnografia