Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

entre santa clara e o ave

* Victor  Nogueira

Deixado o Fiesta mesmo no centro, no parque arborizado nas trazeiras do mercado municipal, fui em busca da Indacqua descendo a caminho do rio a partir dum edifício projectado por Siza Vieira, e decobri uma desafogada  praça - a José Régio - onde nunca estivera, com a estátua do escritor (que nesta cidade tem uma das duas casa-museu (a outra em Portalegre, a da "Toada"). Algumas esplanadas e alguns edifícios que me parece serem estilo arquitectura do Estado Novo (o tal que caíu de velho).

Continuando o percurso desemboquei na Praça da República, arborizada, arrelvada e florida, com o seu fontenário e a  Casa da Cultura, hoje fechada por ser 2ª feira. A beleza das fotos ou do que a vista alcança não mostra, contudo, o mau cheiro de podridão ou estrume (dos canteiros ?) ou as incómodas moscas que se nos colam ao corpo ferrroando-nos. Um olhar mais atento descobre pelas áleas pombos mortos.

Junto ao rio circulam jovens nas suas bicicletas, nos  bancos enternurecem-se casalinhos e no rio vogam mais ou menos velozes deslizantes canoas. Nas margens, mais além, pacientam-se pescadores. Dominando a Praça e no morro sobranceiro impõe-se a mole imensa do Convento de Santa Clara.

O sol, dificultando não poucas vezes a visualização do que se fotografava, e a descarga da bateria limitaram a photo-reportagem nesta tarde quente e luminosa.




















toada de portalegre, de josé régio, por joão vilaret

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