Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 5 de outubro de 2010

“RESISTÊNCIA. Da alternativa Republicana à luta contra a Ditadura (1891-1974)”

Lisboa, Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910

Lisboa, Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910
Fundo Aurélio da Paz dos Reis, APR 1771

© Centro Português de Fotografia/DGARQ/MC
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A República que se instaurou há cem anos atrás está na origem da democracia em que vivemos. A construção da democracia teve um contributo essencial das lutas dos republicanos contra a Monarquia e, depois de 1910, em defesa da República. .Em 1926, ela caiu às mãos dos militares autoritários. Implantou-se em Portugal uma longa ditadura de 48 anos. Durante esse quase meio século, houve sempre quem resistisse: quem lutasse contra a opressão, e quem tivesse enfrentado corajosamente a repressão dos direitos e a negação das liberdades: republicanos, anarquistas, comunistas, socialistas, católicos progressistas, democratas de todas as cores, incluindo alguns monárquicos. Uns organizaram revoltas armadas, outros foram resistindo no dia a dia.
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Nesta exposição, procuramos retratar rostos, gestos, momentos da vida desses portugueses cuja resistência e luta é, de forma decisiva, responsável pela nossa liberdade. Os ideais em nome dos quais estes homens e estas mulheres lutaram foram muito diversos e, muitas vezes, contraditórios. Mas é importante fazer perdurar a memória de quem lutou pela instauração de uma República emancipadora, de quem lutou pela sua preservação contra as ameaças de regresso ao passado, de quem resistiu contra a imposição da longa ditadura salazarista que se lhe seguiu, e de quem, por último, conseguiu reunir em 25 de Abril de 1974 as condições para a derrubar de uma forma tão irresistivelmente não violenta.
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Núcleos
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I Sant’Ana - A Caminho da República 1891-1910
II Pátio - O 5 de Outubro
III Senhor de Matosinhos - Implantar e defender a I República 1910-18
IV Santo António - Restauração e Fim da I República 1918-26
V Santa Teresa - A Ditadura e o Reviralho 1927-31
VI Átrio das Colunas - Uma Ditadura para durar 1932-34
VII Sala das Colunas - Resistir 1934-58
VIII Átrio do Tribunal - O Furacão Delgado 1958-62
IX Sala do Tribunal - Da Guerra Colonial ao 25 de Abril de 1974 
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Esta exposição é organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e comissariada por Tereza Siza e Manuel Loff.
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