Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

terça-feira, 13 de abril de 2021

Coimbra - Sé Velha

 * Victor Nogueira

«A Sé Velha de Coimbra é a única das catedrais portuguesas românicas da época da Reconquista a ter sobrevivido relativamente intacta até os nossos dias. O edifício actual data da segunda metade do século XII, com projecto do francês Mestre Roberto, que dirigia a construção da Sé de Lisboa na mesma época e visitava Coimbra periodicamente, seguindo a segunda fase do estilo românico coimbrão. 

O exterior é robusto, simétrico, com escassas aberturas e coroamento de ameias, com um portal decorado sob clara influência islâmica. Ainda no exterior, há que referir a “Porta Especiosa”, do mestre João de Ruão, com uma elegante decoração renascentista. Atribui-se o projecto da Sé românica a mestre Roberto, de possível origem francesa, Obras importantes ocorreram no século XVI, quando se decoraram as naves com azulejos, se construiu a Porta Especiosa no lado Norte e se modificou o absidíolo Sul, mas o essencial do edifício românico foi mantido. 

A aparência de fortaleza é comum às catedrais da época e explica-se pelo clima bélico da Reconquista. O interior é de três naves e cinco tramos, com o transepto pouco desenvolvido, sendo a cabeceira formada por uma abside e dois absidíolos. A cobertura é feita por abóbada de canhão na nave central e transepto, e por abóbada de aresta nas naves laterais. A nave principal tem um elegante trifório (galeria com arcadas) no segundo piso. No interior, destaque especial para o retábulo da capela-mor, em gótico flamejante, executado pelos escultores flamengos Olivier de Gand e Jean d'Ypres. 

De mencionar ainda o claustro, iniciado em 1218, a primeira experiência gótica em Portugal. No transepto encontra-se também uma pia baptismal gótico-renascentista (cerca de 1520-40), obra do português Diogo Pires o-Moço, originária da Igreja de São João de Almedina. A pia baptismal manuelina da Sé Velha encontra-se hoje na Sé Nova de Coimbra (antiga Igreja dos Jesuítas).O claustro, construído durante o reinado de Afonso II situa-se na transição para o gótico, encontrando-se no lado sul do templo. 

No século XVIII, após a expulsão dos Jesuítas, a sede episcopal foi transferida para a igreja do Colégio de Jesus na Alta da cidade, actualmente denominada Sé Nova de Coimbra. (Wikipedia)



Fachada principal

Lanternim visto da loggia quinhentista do antigo Paço Episcopal (actual Museu Machado de Castro)


Retábulo da capela-mor, obra de entalhadores flamengos (Olivier de Gand e Jean d'Ypres)

 Capela e retábulo do Santíssimo


Altar

Galeria superior com arcadas 


Pia baptismal do século XVI, de Diogo Pires, o Moço

Fotos em 2000

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