Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 5 de abril de 2020

Porto, no Palácio de Cristal, em 1963


No dia 03 [02.1963] fui com o avô Barroso ao Palácio de Cristal. Gostei bastante do jardim e das belas vistas para o rio [Douro], com bastante arvoredo. Vimos o leão e diversos animais. (Diário III - pag. 162)

Em 23 [02.1963] fomos ao Palácio de Cristal, ver o circo no Pavilhão dos Desportos. Gostei de alguns números, mas outros não valiam um real.

Sempre apreciei os espectáculos de circo e quando era mais miúdo desejava ser proprietário de um, para poder correr mundo, pois seduzia me a vida ao ar livre. Em Luanda é raro haver espectáculos destes. Mas sempre que os havia, lá estava eu. Mesmo agora não desprezaria fazer uma digressão com uma dessas companhias. O circo atrai todos, jovens e velhos. (Diário III - pag. 151)

Fomos ao Palácio de Cristal. Diverti me bastante, a com a Fernanda e a Elvira [primas da D. Alexandrina]. Jantámos no Restaurante Santa Luzia, na Feira. Andámos nos carros eléctricos 1963.05.16 - Diário III) (...).

O avô já estava à minha espera. Jantámos e fomos ao Palácio [de Cristal] à Feira Popular. Andei nos automóveis eléctricos. O Palácio está muito bonito e todo iluminado. (Diário III, 1963.06.10/13)

No domingo dia 15, dia do aniversário da sra. D. Alexandrina, fomos ao Palácio, com a Fernanda e a Elvira. Diverti-me bastante, tanto mais que elas são boas companheiras.

Jantámos no Restaurante Santa Luzia, na Feira. Andei com a Fernanda e a Elvira nos automóveis electricos. Nas três últimas corridas guiou a Elvira. Se fosse nas ruas da cidade atropelava todos os peões. Com mais umas lições e guia melhor que eu. (Diário III 1963.06.14/20)

A Fernanda e a Elvira vieram cá passar o dia com a tia e a avó. À tarde fomos ao Palácio, eu, elas e as minhas tiazinhas. Tirámos algumas fotografias. (Diário III 1963.06.24/28)

À tarde fomos, o avô Luís e família, à Ponte da Arrábida, , tendo percorrido a auto estrada. Em seguida fomos ao Palácio [de Cristal], onde jantámos. Escusado será dizer que andei nos automóveis eléctricos. Andei também nos barcos do lago. A princípio não sabia guiar aquilo, mas... aprender até morrer! (Diário III - 1963.06.30)

À tarde a Fernanda e a Amélia foram a casa dos pais. Eu fiquei em casa. Estive a arrumar umas fotografias. À noite fomos ao Palácio. Eu estava aborrecido e a Amélia, como de costume, com as coisinhas dela, ainda me irritou mais, tendo eu sido incorrecto, até com a Fernanda. Ela estava indisposta e ainda ficou pior. Foi uma noite bem passada, não haja dúvida.

FOTO DE FAMÍLIA no Palácio de Cristal - Porto 1963 06 29

Vim para casa de electrico, pois no táxi não cabíamos todos. Quando cheguei a casa a Fernanda estava um pouco melhor, e eu também. Não há nada como o ar da noite para nos acalmarmos. (Diário III 1963.07.06/07)

Estou farto de ouvir dizer que sou muito novo para namorar, para esperar uns anos. O que não impede que goste cada vez mais da Fernanda. A Estrela e o Seabra escreveram-me. Ao menos ao ler as cartas deles fica-se bem-disposto. Há dias a conversa cá em casa já me estava a aborrecer, tendo resolvido ir tomar ar. Fui até ao Palácio [de Cristal]. Estava pouca gente. Gastei dinheiro, mas não me diverti. Vou ao cinema e não vejo o filme. Penso sempre na Fernanda. (Diário III 1963.07.18/29)

O avô Luís não me queria deixar ir à praia com a Fernanda e a Elvira, mas sempre fui.

O tempo ora está fresco, ora quente. Não há meio de estabilizar. À noite fomos ao Palácio. (Diário III 1963.07.31 a 08/04)

Domingo fui à missa e à tarde fomos ao Palácio. O tempo tem-se mantido instável. (…) (Diário III 1963.09.15/18)

À tarde fui a casa do avô Barroso, Fomos ao Palácio, que fecha amanhã. Estive a falar com a sra Deolinda. Depois fomos a Famalicão. (…) É provável que em outubro o avô Barroso me leve à Penha e a Guimarães. Por todo o próximo mês devo regressar a Luanda. (Diário III 1963.09.29)

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