* Victor Nogueira (texto e fotos)
A mais antiga representação fotográfica da Vila de Amarante, tirada pelo escocês Frederick William Flower, cerca de 1850
1997
Nas faldas da Serra
do Marão, na margem do rio Tâmega , situa‑se
Amarante, com o seu Mosteiro de S. Gonçalo e ponte homónima sobre o rio onde se
reflecte o arvoredo das margens. As ruas são estreitas, o ar escuro, húmido,
enevoado. Algumas casas possuem varandas salientes, de balaustrada, cobertas,
de madeira, como nos países nórdicos. (Memórias
de Viagem, 1997)
1999
Fotos Igreja, ponte, chafariz, casa fotográfica e vista
panorâmica. Num coberto arte nova um painel de azulejos ilustra uma das cheias
do rio Tâmega. Em Amarante são muito pontuais na saída/encerramento e no
trânsito os automobilistas facilitam
ainda menos que no Porto, ignorando os sinais vermelhos. Contudo a maioria das
pessoas são simpáticas.
Museu Amadeu de Sousa Cardoso – senhor Cardoso, deficiente,
é o guarda e bilheteiro; não nos deixa visitá-lo por já serem 17h 10, faltando
contudo ainda 20 m para o seu encerramento. Os funcionários administrativos são
zelosos com a hora de saída (sê-lo-ão também com a de entrada?).
História dos
postais e das contas (como foi?) e a atrapalhação com a máquina de calcular. Postais do expositor que não vende apesar de ter em stock outra colecção (???)
e desenhos de Sousa-Cardoso.
Invasões francesas, defesa e saque da vila. Convento e
ponte. Rio sinuoso.
A saída de Amarante pela IP 4 tem uma vista muito bonita,
mas não sem podem tirar fotos. O caminho é muito montanhoso e verdejante, com
videiras e pinheiros e casas espalhadas pelas encostas; de vez em quando
avista-se o campanário duma igreja. Nalguns troços árvores queimadas
testemunham pretéritos incêndios.
Atravessamos o rio Ovelha (?) a 27 km de Vila Real e os
vales lá ao fundo são profundos, mal se distinguindo por entre a neblina.
As encostas já não são de cultivo, estando cobertas de erva
rasteira, nem sempre uniformemente. Os nossos ouvidos zunem por causa da
altitude e das diferenças de pressão; estamos na serra do Marão. Há um dito
popular: “Para cá do Marão mandam os que cá estão”.
A neblina é cada vez maior; são 17h 40m
e estamos a 17 km de Vila Real. Dois km depois começa uma íngreme descida e a
visibilidade aumenta. (Notas de Viagem - 1999.09.02)
2014
Acordei de manhã com uma estrondosa trovoada e chuva a bátegas, que ameaçavam o passeio até Amarante, nas margens do Rio Tâmega, mas tempo levantou e a tarde foi soalheira, luminosa, francamente estival. Consegimos estacionar o Fiesta mesmo no centro, à sombra do Convento de S. Gonçalo, junto à estátua a Teixeira de Pascoais, defronte do Museu [de Arte Moderna e Contemporânea] Amadeu de Sousa-Cardoso. A importância do povoado só começou depois de nele se instalar o eremita S. Gonçalo, venerado como casamenteiro, após várias peregrinações e deste ter construído a ponte velha sobre o rio. A construção do Mosteiro data do século XVI (D. João III) sendo concluída no reinado de Filipe I e a nova ponte foi edificada após a primitiva ter ruído em 1763 devido à força das cheias. Cheias caudalosas que ao longo dos séculos alagavam o centro da povoação, disso dando conta lápides num prédio da Avenida General Silveira, a maior das quais em 2001, quando da queda da ponte Hintze Ribeiro, de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, VER Tragédia de Entre-os-Rios, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_de_Entre-os-Rios//pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_de_Entre-os-Rios
A vila foi destruída, incendiada e saqueada durante as invasões francesas, como represália pela resistência ao exército ocupante, tendo-se notabilizado no comando da sua defesa o General Silveira, factos relembrados na ponte. Outros filhos ilustres da terra são o poeta Teixeira de Pascoais e o pintor Amadeu de Sousa-Cardoso,
Da história de Amarante fazem parte o Diabo e a Diaba, figuras eróticas e de culto popular e pagão, dedicadas à fertilidade, perseguido pela Igreja Católica, de que se fala aqui:
~ A procissão dos Diabos - http://pt.wikipedia.org/wiki/Prociss%C3%A3o_dos_diabos
~ O diabo e a diaba de Amarante - http://www.amarante.pt/museu/admin/galeria/formularios/historia_diabos_net.pdf
serra do Marão
estátua de Teixeira de Pascoais
RIO TÂMEGA
Praça da República, antigo Largo de S. Gonçalo
RUA FREI JOSÉ AMARANTE
CONVENTO DE S. GONÇALO
loggia
Varanda dos Reis e Pórtico principal - Na Varanda dos Reis estão representados D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I. No Pórtico estão representados Nª Sª do Rosário, S. Pedro Mártir, São Gonçalo, S. Thomas, S. Francisco, S. Domingos, e sobre a porta os bustos de S. Paulo e S. Pedro.
CLAUSTRO PRINCIPAL ou NOBRE
chafariz
PEDRAS DE ARMAS
2º CLAUSTRO
este claustro foi adaptado para nele funcionarem os Paços do Concelho a partir de 1863
tecto da capela de S. Gonçalo, onde existe uma estátua jacente polícroma (túmulo simulado dos séculos XVI-XVII) que não poucos visitantes acariciam à sua passagem
SACRISTIA
cadeirais no altar-mor da igreja
PÚLPITO
RIO TÃMEGA E A PONTE
casas nas traseiras da Rua General Silveira
AVENIDA GENERAL SILVEIRA e PONTE SOBRE O RIO TAMEGA
marcas das cheias
MUSEU DE AMADEU SOUSA-CARDOSO
Eduardo Teixeira Pinto, fotógrafo de Amarante
ver http://www.eduardoteixeirapinto.com/home.html
bustos de Teixeira de Pascoais, por Aureliano Lima (1955), e de Florbela Espanca, por Raúl Xavier (s/ data)
bustos de Miguel Torga, por Eduardo Tavares (1955) e de Teixeira de Pascoais, por Aureliano Lima (s/ data)
busto de Eugénio de Andrade, por José Rodrigues (s/ data)
antiga Casa da Calçada, hoje unidade hoteleira
1 comentário:
Existindo algumas imprecisões no legendado, na globalidade tudo condiz historicamente com esta JÓIA DO TÂMEGA que Amarante é!
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